Logística: setor investe em telemetria, segurança e sustentabilidade para 2026

0
20

Logística: setor investe em telemetria, segurança e sustentabilidade para 2026
 

A logística industrial do Brasil e da América Latina está vivenciando uma aceleração na adoção de tecnologias de gestão, com o objetivo de enfrentar os desafios de um mercado aquecido em 2025 e intensificar a eficiência e a segurança das operações projetadas para 2026. O movimento é impulsionado pela busca por maior competitividade e pela exigência de processos mais confiáveis e auditáveis por parte do mercado.

As principais tendências para a logística em 2026 baseiam-se na utilização de dados para aprimorar as operações. A ferramenta central para isso é a telemetria, que, ao transformar máquinas em objetos transmissores de dados (Internet das Coisas), permite a otimização de frotas, a gestão precisa da mão de obra e o monitoramento em tempo real. Um levantamento realizado pela Softrack – plataforma líder em soluções para intralogística – aponta que apenas 8% das empresas no Brasil utilizam algum sistema de gestão de frotas para equipamentos de movimentação interna.

Segundo Mário Bavaresco Neto, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Softrack, os números são expressivos levando em conta que a inovação tecnológica no setor está em pleno crescimento. “O principal desafio é que, por ser uma inovação relativamente nova, ainda temos um percentual de implementação muito baixo por parte das empresas no Brasil. Em mercados desenvolvidos como Estados Unidos e Europa, esse número de adoção vai de 40 a 50% – isso significa que quase metade da frota instalada já utiliza soluções de gestão por telemetria”, explica Neto.

Outro pilar das tendências para 2026 é a segurança. Com a telemetria, nada mais acontece com uma máquina sem que haja um responsável identificado. A exemplo da Benteler, que eliminou o uso de checklists em papel para a inspeção de empilhadeiras, substituindo-o pelo Softrack Telemetria. A solução utiliza tecnologias de Internet das Coisas para coletar dados em tempo real de equipamentos logísticos, monitorando variáveis de desempenho, performance e condições operacionais, e transformando em insights acionáveis para visibilidade, controle e segurança da frota.

“Essa tecnologia nos ajudou a entender o fluxo da operação e não depender mais do feeling. O sistema de checklist eletrônico é fundamental para a segurança, pois nos ajuda em possíveis investigações para ter uma ação robusta, garantindo que incidentes não ocorram novamente. O colaborador tem um senso de responsabilidade, pois ele libera o equipamento e atesta que está em perfeitas condições para a atividade”, explica Mário Enderson, supervisor de Logística da Benteler.

A adoção da telemetria ainda tem um impacto direto na otimização de recursos. A experiência prática mostra que a gestão por dados é capaz de reduzir em média 20% a quantidade de máquinas necessárias e até 98% a probabilidade de acidentes.

Para garantir a máxima eficiência dos ativos, o portfólio da Softrack também conta com o Softrack FleetSync, um módulo voltado para a gestão avançada de manutenção de equipamentos logísticos. Ele integra funcionalidades como otimização de manutenções preventivas, centralização de ordens de serviço, controle de chamados e monitoramento de técnicos em campo por meio de um aplicativo dedicado. O objetivo é a redução de custos de manutenção e o aumento da disponibilidade dos equipamentos, além da maior satisfação do cliente. O FleetSync se integra com a telemetria, oferecendo análises para o desempenho por técnico, local e ativo, transformando dados em resultados. A Imparpec, por exemplo, já utiliza a tecnologia em sua frota para elevar o nível de transparência da manutenção:
 

“O gerenciamento de frota transparente é crucial. O cliente tem acesso ao software e monitora em tempo real a disponibilidade da máquina e a gestão do locador. Fica claro o que está atrasado ou pendente, garantindo que o processo produtivo não pare por negligência na manutenção”, afirma Fernando Santos, Gerente de Operações da Imparpec.
 

O terceiro pilar das tendências é a sustentabilidade, impulsionada pela migração para equipamentos elétricos. Essa mudança está diretamente ligada à redução da emissão de gases poluentes na operação. A tecnologia é essencial para gerenciar essas frotas, pois o consumo é diferente e não permite um horário fixo para abastecimento. A telemetria permite a gestão do tempo ocioso e a adoção da carga de oportunidade (carregamento em horários de pausa), garantindo que o equipamento com maior disponibilidade absorva o carregamento dos outros.
 

A principal barreira para a evolução tecnológica na logística é a resistência cultural. No passado, operadores viam o monitoramento como vigilância. Contudo, o trabalho de conscientização tem mostrado que o sistema é, na verdade, um benefício para a segurança do profissional e a preservação do equipamento, resultando em ganhos para toda a cadeia.