BNDES defende estímulo a exportação de micro e pequenas empresas no Enaex

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“Há muito recursos internacionais que podemos captar para repassar para as MPMEs “, afirma presidente do BNDES

O presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), Paulo Rabello, reafirmou o compromisso da instituição com o fomento das exportações de micro, pequenas e médias empresas (MPME) para fortalecer a presença brasileira no comércio Internacional. De acordo com Rabello, essa política já tem sido priorizada pelo banco, que direcionou 40% dos desembolsos do primeiro semestre para MPMEs. Ele participou da abertura da 36ª edição do Encontro Nacional do Comércio Exterior (Enaex), promovido pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), que tem como tema “Reduzir custos para exportar, reindustrializar e crescer”.

“O BNDES, eu diria, que é até mais das pequenas do que das grandes empresas. Tanto que elas já cumprem a participação de 61% na carteira do banco. Há muito recursos internacionais que podemos captar para repassar para as MPMEs e para as empresas maiores aumentarem suas exportações, especialmente de serviços”, afirmou.

Rabello ressaltou, ainda, que é preciso aprovar reformas e promover a eficiência da máquina pública para reduzir entraves às exportações. Ele alertou que o incremento nas vendas externas foi fruto de situações conjunturais, e que é preciso criar estímulos estruturais. “Não deixa de ser uma vitória ter o comércio brasileiro superavitário. Mas isso aconteceu em decorrência da maior recessão brasileira de todos os tempos, e pela forte contribuição do agronegócio”, disse.

O Brasil alcançará o maior superávit comercial de sua história em 2017, no montante projetado de US$63 bilhões. Contudo, segundo José Augusto de Castro, presidente da AEB, o país poderia ter estar exportando mais US$50 bilhões em produtos manufaturados e gerando dois milhões de novos empregos, a cada ano, se não houvesse o “Custo-Brasil”, que reduz a competitividade dos produtos brasileiros. Ele defendeu medidas que reduzam custos, como a elevação da alíquota do Reintegra dos atuais 2% para 5%.

“Isso permitira que deixássemos de ser obrigados a exportar tributo. E esse aumento não precisa de aprovação do congresso, porque já é previsto em lei. Sem reduzir custos, não há possibilidade de o Brasil se inserir nas cadeias globais de valor e evitar seu isolamento comercial”, pontuou.

Também participaram da cerimônia de abertura do Eanex o presidente de honra da AEB e ex-ministro da Fazenda, Ernane Galvêas; o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins da Silva Junior; vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Paulo Trigre , e o vice-presidente administrativo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Darci Piana.

Sobre o ENAEX

O encontro, o mais importante fórum de diálogo entre empresários e governo, reunirá representantes de toda a cadeia de negócios do comércio internacional para discutir as principais questões que envolvem o setor, com vistas a melhorar a competitividade dos produtos brasileiros.

Estão previstos workshops, painéis e debates sobre os principais temas relacionados ao setor. Os inscritos também terão a oportunidade de participar de despachos executivos e reuniões, assim como visitar a área de exposição com estandes de empresas, entidades, órgãos públicos e mídias especializadas.

Paralelamente ao evento, ocorrerá a reunião do Conselho de Comércio Exterior do MERCOSUL (MERCOEX), formado pelas coirmãs da AEB no âmbito regional: CERA (Câmara de Exportadores de La Republica Argentina), UEU (Unión de Exportadores delUruguay) e CIP (Centro de Importadores delParaguay).

Sobre a AEB

A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) é uma entidade privada, sem fins lucrativos e de âmbito nacional, que representa o segmento empresarial de exportação e importação de mercadorias e serviços, bem como as atividades correlatas e afins. Fundada em 20 de agosto de 1970, a AEB tem como principal objetivo atuar junto aos órgãos públicos e privados pela adoção de medidas que favoreçam a expansão competitiva e sustentável do comércio exterior. Também busca promover a aproximação de todos os elos da cadeia de negócios com fins de estudos técnicos, cooperação e defesa dos interesses e objetivos comuns, visando ao desenvolvimento econômico e social do país.