A armazenagem está entre os itens mais importantes da cadeia logística. A adoção de um sistema eficiente pode evitar diversos problemas que influenciam o resultado financeiro dos produtores, como avarias e desperdícios na fase da distribuição. Na verdade, um sistema de armazenamento adequado diminui sensivelmente o custo do produto final e aumenta a competitividade de qualquer empresa.
Diante de tantos sistemas de armazenagem disponíveis, muitas vezes as empresas têm dúvidas sobre qual pode ser a melhor solução.
Uma das principais preocupações reside no desafio de conciliar uma superfície utilizada menor com uma velocidade de expedição, o que nem sempre é fácil.
A armazenagem blocada
O sistema de armazenagem blocada tem sido uma das principais opções atualmente. Nele, os paletes são estocados diretamente um sobre o outro, colocando-se o primeiro diretamente sobre o piso do almoxarifado. A altura máxima deve ser determinada pelo peso e pela estabilidade da pilha, considerando-se o pé-direito do local.
Nesse sistema de armazenagem, o palete fica mais protegido. Isso porque quando ele não está sendo movimentado, a estrutura fica no formato de um blocado, protegendo produtos de alto valor agregado. Com tais características, a armazenagem blocada consegue manter em espaços menores uma grande densidade de armazenagem.
Dessa forma, o sistema de armazenagem blocada, especialmente em big bags, pode ser a melhor opção para produtos perecíveis ou de pouca durabilidade, que necessitam de movimentação rápida em direção ao consumo de curto prazo. Estamos falando aqui, por exemplo, do armazenamento de grãos ou de subprodutos plásticos como resinas.
“Quando os materiais têm um elevado giro de movimentação assim como elevado volume, a utilização de sistemas dinâmicos será a opção economicamente mais plausível”, endossa Marco Antônio Oliveira Neves, em seu livro Maximizar espaço ou velocidade em armazéns?.
Desperdício zero em resina
A Theodosio Randon, localizada em Caxias do Sul (RS), fabrica silos prontos e, como outros fabricantes de produtos plásticos, precisa lidar com a possibilidade de contaminação e desperdício da resina. A automatização do fluxo da matéria prima na indústria, incluindo a adoção do sistema de armazenagem blocada, foi a solução encontrada.
A Plast-Equip, da capital paulista, também vê inúmeras vantagens na automação de toda a movimentação da resina, desde a silagem externa. A utilização do big bag na movimentação e armazenagem da resina já representa uma boa porcentagem em relação à sacaria convencional.
A automatização traz economia de espaço e isenção de contaminações na matéria-prima, possibilitando ao transformador eliminar desperdícios de varredura e paradas de máquina por erro ou falta de alimentação. Também reduz os riscos de acidentes com pessoal, que podem ser frequentes durante a movimentação de empilhadeiras e manuseios de material e facilita o gerenciamento de seu estoque.
Big bags
Os big bags são feitos de uma mistura reciclável de material plástico e restos de tecidos. São uma alternativa sustentável ao uso de sacarias no sistema de armazenagem blocado. Por terem uma maior capacidade de peso e durabilidade, acabam impactando menos o meio ambiente, já que representam uma descarga menor de resíduos sólidos.
No Grupo Enar, o Engenheiro Sergio Ribeiro menciona que outra grande vantagem dos big bags é que, ao protegerem o conteúdo da luz e do oxigênio, automaticamente impedem a contaminação de odor ou sabor entre os materiais armazenados, o que é particularmente importante na armazenagem de grãos e alguns tipos de resinas. Devendo sempre analizar as boas práticas de armazenagem de produtos alimentícios para evitar qualquer contaminação cruzada.
No entanto, é preciso se atentar para as normas técnicas obrigatórias para o uso de big bags. Este tipo de embalagem deve estar homologada de acordo com o grau de periculosidade do produto a ser armazenado ou transportado. As principais legislações são a Portaria MT 204/97 e a Resolução ANTT 420/04.
Se o produto contido em big bags não for perigoso, basta obedecer aos requisitos mínimos estabelecidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR 15009:20003 e pela Internacional Organization for Stardardization (ISO) 21898:2004. Outra particularidade dos big bags é quanto ao padrão exigido para a exportação. Nesse caso, a homologação fica por conta do Ministério da Marinha.