O mercado de condomínios logísticos no País tem perspectivas de melhora com a retomada da economia, embora a taxa de desocupação continue alta. O levantamento trimestral da consultora imobiliária CBRE indica uma vacância acima de 25% no total de 22 milhões de metros quadrados existentes de condomínios logísticos no Brasil.
O diretor da América Latina da CBRE para Serviços Industriais e Logísticos, Fernando Terra, explica que a alta oferta de espaço deve-se ao crescimento de 70% do número de condomínios logísticos, com a chegada de grandes players internacionais nos últimos sete anos. “O impacto da recessão econômica foi sentido em 2017, que registrou apenas um terço da média dos últimos três anos na entrega de novos empreendimentos. O mercado só voltará construir no mesmo ritmo quando a oferta e a demanda estiverem equilibradas”.
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Na avaliação de Terra, com os sinais de retomada da economia, a expectativa é que o mercado absorva esta vacância até 2020. “O momento está favorável ao usuário com o grande estoque de áreas e a consequente queda nos preços dos aluguéis”, afirma o diretor da CBRE. A empresa é uma das expositoras da Intermodal South America, que acontece de 13 a 15 de março, no São Paulo Expo.
Segundo o levantamento da CBRE, existem hoje no Brasil por volta de 145 milhões de metros quadrados de galpões (industriais e logísticos), mas somente 15% estão dentro de condomínios logísticos — uma fatia de mercado ainda pequena, mas com potencial de crescimento com a evolução do poder de consumo do brasileiro e a procura das empresas por formas de otimizar a movimentação logística de seus produtos.
Potencial de crescimento – A GLP, outra expositora da Intermodal, aposta em um 2018 positivo no mercado de condomínios de alto padrão. “Acabamos de entregar um novo empreendimento em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, e temos boas expectativas para o ano. O objetivo é manter o plano de investimento a longo prazo e desenvolver instalações logísticas modernas e eficientes no Brasil, contribuindo para o aumento da produtividade em toda a cadeia logística”, afirma o presidente da GLP Brasil, Mauro Dias.
Para Dias, existe no Brasil um grande potencial de crescimento deste mercado, mas ainda há deficiências. “Mesmo com a expansão registrada nos anos anteriores, o mercado ainda carece de empreendimentos que ofereçam infraestrutura moderna e eficiente, que somam hoje apenas 15% do estoque total, sendo que os demais 85% são instalações antigas e menos eficientes”.
O presidente da GLP Brasil salienta que instalar as operações de armazenagem e distribuição em um condomínio logístico traz economia para as empresas, tanto pelas características intrínsecas desse modelo de negócio como por fatores de infraestrutura disponível, localização e flexibilidade na expansão da operação. “A economia gerada no rateio de custos fixos, como segurança e manutenção de áreas comuns, oferece uma redução direta nos custos. Além disso, a redução indireta, que vem dos benefícios que o espaço oferece, torna o modelo ainda mais vantajoso”, afirma.
O diretor da CBRE concorda com a expectativa positiva para o próximo ano. “Desde o último trimestre de 2017 sentimos o aumento na atividade de locação e nas operações de venda. Também nos últimos três ou quatro anos houve uma queda na compra de terrenos para a construção de novas operações produtivas e já hoje temos cerca de sete projetos novos neste sentido o que mostra um humor diferente das empresas que estão voltando a investir”, finaliza.
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