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Automação é solução para processos logísticos de alimentos e bebidas
LSegundo a Abad, recuperação econômica do setor será lenta e ainda há um longo caminho a percorrer
O“A logística já se destaca justamente por ser um segmento com forte potencial de economia. Portanto, a tecnologia é uma grande aliada. Com a utilização de sistemas automatizados, é possível identificar e eliminar falhas e gargalos, bem como gerenciar riscos com maior precisão”.
Emerson Destro, presidente da Abad
“Em termos de consumo, a retomada da indústria de alimentos e bebidas no País continua lenta. Ou seja, podemos considerar que o pior da crise já passou, mas muitos setores produtivos continuam a sofrer os efeitos”. A afirmação do presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad), Emerson Destro, reforça o discurso de empresários, produtores e distribuidores do segmento: ainda há um longo caminho a percorrer para a real retomada do setor.
Apesar da divulgação de indicadores econômicos positivos, recente pesquisa divulgada pela Abad e elaborada pela Fundação Instituto de Administração (FIA), o setor atacadista e distribuidor expandiu 0,58% em relação a 2017, no acumulado do ano até o mês de outubro. A expectativa é que o setor alcance a meta prevista de crescimento em 1% até o final de 2018.
“Em 2018, trabalhamos mais, produzimos mais para ganhar o mesmo ou até menos. Essa situação trouxe complicadores, pois em regiões de baixa venda formar uma carga passou a ser um desafio, ocasionando atrasos nas entregas ou aumento de custos quando o caminhão viaja com meia carga. Por outro lado, um caminhão com mais entregas demora mais para retornar à origem e realizar nova viagem. Em resumo, a crise trouxe custos extras, redução de rentabilidade e incremento de trabalho. Fazer mais com menos foi a regra”, destaca Destro.
Com relação à logística de alimentos e bebidas, uma das maneiras para driblar a crise seria que empresas do setor contratassem serviços de terceirização para reduzir custos e contar com mais uma opção para maior ganho de escala e equilíbrio na qualidade do serviço.
“Acredito que, em um futuro próximo, essa possa ser uma solução rápida e barata. Contudo, existem riscos que precisam ser mitigados, como a questão da segurança, caso a carga seja roubada, por exemplo”, pontua Destro.
Automação é a saída
Para muitas empresas do País, uma grande aposta para driblar a crise é implantar sistemas automatizados na cadeia produtiva para otimizar a logística em indústrias de alimentos e bebidas. Dados da Associação Brasileira de Indústrias da Alimentação (Abia) apontam que o mercado está crescendo e a previsão é de que, até o final do ano, o setor de alimentos aumente de 2,6% a 2,8% (em 2017, o segmento faturou R$ 642,6 bilhões, registrando alta de 1,01%).
Destro acredita que a automatização possa ser um caminho interessante para o segmento. “Sem dúvida é um caminho. A logística já se destaca justamente por ser um segmento com forte potencial de economia. Portanto, a tecnologia é uma grande aliada. Com a utilização de sistemas automatizados é possível identificar e eliminar falhas e gargalos, bem como gerenciar riscos com maior precisão”, explica o presidente da Abad.
Segundo a Federação Internacional de Robótica (IFR), as indústrias brasileiras contam com dez robôs para cada 10 mil trabalhadores – o País ocupa a 39ª posição em um ranking com 44 países. Os dados mais recentes da Federação Internacional de Robótica são de 2016 e apontam que, na época, foram comercializados 1,5 mil robôs industriais no Brasil dentro de um universo de 294 mil – a estimativa é que o crescimento anual para o mercado nacional de robótica industrial é de 33% ao ano, de 2018 a 2020.
No Brasil, desde 2016, a empresa dinamarquesa Universal Robots é especializada na fabricação de braços robóticos colaborativos, os cobots. A tecnologia é desenvolvida para ser aplicada em empresas baseadas em tarefas e, no mundo, a multinacional já implantou cerca de 27 mil robôs para operar em ambientes de produção.
“Os cobots fornecem às empresas acesso a todos os benefícios da automação robótica avançada, sem os altos custos associados aos tradicionais processos de programação de robôs, configuração e células de trabalho enclausuradas e inflexíveis. Eles são econômicos, seguros e flexíveis na hora de implementar. Robôs colaborativos, ou cobots, estão tornando a automação mais fácil do que nunca, até mesmo para as empresas de pequeno e médio porte, tornando a automação robótica economicamente viável em circunstâncias onde a robótica tradicional não conseguiria resolver os desafios de robotização”, enfatiza o Country Manager da Universal Robots no Brasil, Denis Pineda.
A automatização ajuda a aumentar a produtividade, otimizar processos repetitivos e potencialmente inseguros, reduzir acidentes e ainda melhorar a visibilidade e reputação das empresas. Na Universal Robots são três tamanhos de braços robóticos oferecidos e que podem ser implantados em indústrias de diversos portes.
“Posso afirmar que a análise da empresa frente ao mercado é de que há um senso de urgência no mercado de cobots agora, previsto para ser o mais significativo impulsionador do mercado em automação industrial nos próximos dois anos e a UR vai acompanhar esse crescimento”, explica Pineda sobre as projeções para o próximo ano.