A logística não pode parar e a tecnologia a ajuda a ser mais eficiente em tempos difíceis
Silvio Maemura
“Essa noite eu tive um sonho, de sonhador, maluco que sou, eu sonhei com o dia em que a Terra parou. No dia em que todas as pessoas do planeta inteiro, resolveram que ninguém ia sair de casa, como se fosse combinado em todo o planeta, naquele dia, ninguém saiu de casa”. Raul Seixas, em seu sétimo álbum, em 1977 conseguiu prever o futuro.
Hoje, em 2020, acontece o que o grande músico e artista, Raul Seixas, em 1977, disse. A crise do coronavírus fez com que pessoas tivessem que ficar isoladas dentro de suas casas e, também, fez com que a economia, tanto do Brasil, como do mundo, sofresse um grande impacto.
Porém, um setor que não pode parar, de jeito nenhum, é o de logística e, uma empresa, que já têm 100 anos, e passou por diversas crises e situações de risco como a depressão de 1929, a segunda Guerra Mundial e crise Econômica de 2008 e, agora o COVID-19 sabe muito bem disso.
Com o tempo aprendemos que a tecnologia permite uma maior integração entre os componentes da cadeia e os facilitadores das operações. Isso é de extrema importância para o momento que estamos enfrentando, pois garante um controle estruturado de todo o processo logístico e, ainda, faz a tomada de decisão ser mais eficiente e menos custosa.
O avanço destes recursos automatiza ainda mais os processos de entrega, principalmente agora que é uma necessidade do mercado em geral. Em um ambiente extremamente competitivo, este é um fator primordial para se destacar e crescer: entregar dentro do comprometido.
Os sistemas de solução de cubagem e de pesagem são exemplos de recursos que deram certo e que demonstram a eficiência tecnológica neste momento crucial. Os parceiros contaram conosco para conseguir aumentar as suas entregas e dar conta da demanda, que foi 40% maior comparado ao mesmo período de 2019 em alguns segmentos.
Quanto mais digital o processo, maiores as oportunidades de otimização. No planejamento de viagens, por exemplo, é possível a utilização de roteirizadores que usam algoritmos matemáticos para concatenar as diversas variáveis envolvidas para definir a melhor rota para executar as entregas.
Estas vantagens, contudo, só são possíveis quando as empresas ultrapassam suas barreiras culturais de trabalhar manualmente. As de maior porte, multinacionais ou que atuam em segmentos que exigem controles diferenciados, tendem a apresentar um nível de maturidade mais elevado, na utilização de tecnologias para criar uma cadeia de processos com controle digital.
O importante é que estes primeiros passos estão sendo dados e as empresas, das menores às maiores, já perceberam que, atualmente, não há mais espaço para seguir sem a tecnologia em seus processos logísticos. Nos próximos anos, por exemplo, espera-se até mesmo a redução de participação humana em algumas tarefas, a diminuição de espaço físico a ser utilizados pela empresa e até o encurtamento da cadeia com aproximação dos principais fornecedores. Quando isto acontecer, nós já estaremos preparados, maduros digitalmente e reconhecendo a importância que a tecnologia possui no mercado, pois as dificuldades, como as que estamos vivendo, nos tornam cada vez melhores e maiores.
*Silvio Maemura, presidente da Pitney Bowes do Brasil