Empresários discutem política no transporte rodoviário de cargas Interlocução com entidades e falta de representatividade política são pautas no setor

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Empresários discutem política no transporte rodoviário de cargas

Interlocução com entidades e falta de representatividade política são pautas no setor


Segundo dados da Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), o número de empresas registradas do setor de transporte rodoviários de cargas é de 144.637, em paralelo com o registro de 481.519 motoristas autônomos. De acordo com números da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), o TRC é responsável por cerca de 65% do modal de cargas, tendo participação em 11% do PIB do país. Mesmo com números que comprovam a importância do setor e sabendo do fator vital do mesmo, a carência em representatividade política é evidente.

Segundo o coordenador nacional da Comissão de Jovens Empresários da NTC&Logística (COMJOVEM), Andre de Simone, o setor de transporte de cargas acaba por ser penalizado pela bancada limitada em instância federal. “Falta votos. Quando queremos aprovar alguma coisa temos que usar todos os contatos políticos que o setor inteiro tem. Todos os diretores, presidentes ligando para deputados conhecidos pedindo reuniões a fim de alcançar mudanças e conseguir melhorias. O transporte é um bem essencial, que não para nem por conta da pandemia e se tivéssemos maior representatividade, conseguiríamos ter um setor que desenvolvesse muito mais, além de maior força para cobrar nossos ministros para ter uma infraestrutura melhor, estradas melhores e tudo que precisamos para transportar”.

Entidades do TRC

A presidente executiva do Sindicato das Empresas de Transportes e Carga de São Paulo e Região (SETCESP), Ana Jarrouge, acredita que o diferencial se encontra no diálogo direto entre transportadores, entidades e personagens da política. “Vemos que as vezes as ações individualizadas acabam atrapalhando. Acho que é o esforço conjunto que nos fortalece, quanto mais junto às entidades trabalharem, melhor. As vezes vejo iniciativas que acabam indo em paralelo. Hoje temos entidades que são reconhecidas e que a maioria dos transportadores deveria reconhecer mais, trabalhar junto e estar junto.”

O COO da GVM Solutions Brasil, Felipe Medeiros, compartilha da visão de Jarrouge. “Os dois setores tem que andar junto: o privado e o político, se tentarem trabalhar separados não dá certo. Nós aqui do estado do Paraná estamos tentando formar uma frente parlamentar com alguns deputados estaduais voltada exclusivamente para o transporte rodoviário de cargas, pois normalmente estas são voltados para transporte de diversos modais”.

Comparativo

A transportadora TransRuyz Transportes tem como segmento principal os escopos do agronegócio e o CEO, Antonio Ruyz, reconhece a força deste setor na política e o coloca como referência para o transporte. “O agronegócio, no país, é o que sustenta a balança comercial. Historicamente, somos um país que se desenvolveu por meio da agricultura. Esse segmento teve um crescimento grande nas últimas décadas e isto reflete no peso que tem no âmbito político. É um setor espelho para nós do transporte de cargas e por conta disso, ter o apoio da bancada do agronegócio nos ajuda muito na aprovação de projetos.”

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