O impacto do 5G no setor logístico brasileiro e sua aplicabilidade
*Por Denny Mews
Diferentemente do que aconteceu com o 2G, 3G e o 4G, a quinta geração das telecomunicações promete transformações realmente revolucionárias e permitirá um novo olhar para as conexões, especialmente devido à maior velocidade de transferência de dados (podendo chegar a 20 Gbps), baixa latência (de apenas 1 ms), maior capacidade de dispositivos conectados (até 1 milhão de aparelhos) e conexões mais estáveis. A expectativa é que nos próximos cinco anos, a nova tecnologia traga impactos profundos para diversos setores do nosso país.
Soluções mais conectadas, que demandam uma alta capacidade de dados se beneficiarão – e muito – desse tipo de conexão e a Internet das Coisas (IoT) é um grande exemplo disso. Ter uma rede de dispositivos conectada com funções que cubram diversas necessidades permitirá que uma nova gama de soluções e inovações possa ser desenvolvida, além do pleno funcionamento e melhorias das tecnologias atualmente disponíveis.
No setor logístico, o 5G abre um leque de possibilidades, quando pensamos em tecnologias que facilitem, por exemplo, o dia a dia de embarcadores, transportadores e motoristas, que vai desde o acompanhamento em tempo real de processos de carregamento e descarregamento, integridade da carga para embarcadores, até melhores possibilidades de redução burocrática para motoristas, com processos mais digitais, equipamentos em nuvem, conectados 24 horas por dia, fornecendo informações e monitoramento para otimizar cada vez mais todo o setor. Sistemas em Nuvem? Já temos! Mas, agora, veículos, como caminhões, com dados em tempo real sobre sua operacionalização, velocidades e trajetos, terão cada vez mais espaço no mercado.
É o caso do Hazard Light Alert, que permite uma conexão entre dispositivos – geralmente carros e caminhões – para prevenir ou até evitar acidentes. A tecnologia envia alertas para outros veículos caso haja algum acidente, obstruções ou em áreas em que a direção possa ficar comprometida. Esse é um exemplo de sistema em nuvem que trabalha com dispositivos que possuem um impacto direto no dia a dia nas estradas.
O fato é que o 5G é uma tecnologia que poderá operar na infraestrutura de torres existentes e, como trabalhará em uma baixa frequência, não precisará ter tantas antenas instaladas como o 3G, então entendemos que o avanço será mais rápido. Dessa forma, todos teremos resultados mais rápido, seja na logística até procedimentos mais complexos a distância, como direção automática, inteligência com processamento em tempo real, tanto para a agricultura/agronegócio, indústria, cidades inteligentes e todos os que poderão ser atingidos e beneficiados pelas possibilidades que ela oferece.
O 5G está aí para ser explorado e dominado por aqueles que querem ser os protagonistas dessa nova fase da história da tecnologia. Você está pronto? Então, vamos juntos!
*Denny Mews é fundador e CEO da CargOn e professor do MBA em Transporte Rodoviário de Cargas (TRC), da Fetrancesc com a Católica de Santa Catarina – Centro Universitário