Intralogística para o ramo alimentício
Conhece as doenças a seguir? Salmonelose, clostridiose, botulismo, shigelose, colibacilose, rotavirose e, claro, intoxicação alimentar. Todas causadas por fungos, bactérias e vírus presentes em alimentos. Por isso é tão importante fazer a manipulação correta de produtos dessa natureza.
Manipulação que obrigatoriamente passa pelas mãos de profissionais envolvidos nos setores de Transporte e Intralogística. Neste texto vamos focar nossas atenções apenas no último grupo. A Intralogística do setor de alimentos é extremamente delicada. Exige uma série de cuidados especiais. Quase todos determinados por normas e leis. Conhecer a legislação é o primeiro passo para trabalhar com a armazenagem de alimentos. Em primeiro lugar para não deixar ninguém doente. Mas também para evitar multas e o possível cancelamento das operações por determinação da Vigilância Sanitária.
Existe até uma padronização dos sistemas internacionais de segurança de alimentos, criada com a ISO 22000. A norma construída no sistema de hierarquia de alto nível padroniza os processos das organizações, com foco na segurança, inspeção de qualidade e eliminação de riscos que estejam, em algum nível, sob controle da empresa. Segundo o blog ifope.com.br, “a norma combina elementos fundamentais e normalmente reconhecidos para garantir a segurança de alimentos ao longo da cadeia, incluindo:
- Gestão de sistema;
- Comunicação interativa;
- Controle de riscos de segurança de alimentos através de programas de pré-requisitos e planos HACCP (traduzido ao português como APPCC- Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle);
- Melhoria e atualização contínua do sistema de gestão de segurança de alimentos.”
Os operadores logísticos não precisam ter a ISO 22000. Porém, conhecê-la é recomendável e, dependendo dos parceiros comerciais, implementá-la pode ser interessante. Tudo depende do tipo de alimento que a empresa vai armazenar.
Dos fornecedores à sua equipe de trabalho, você precisa se assegurar de que conta com serviços de qualidade em toda a cadeia logística de produtos alimentícios. Recomenda-se que seja feito um controle e o monitoramento das operações em todos os momentos.
Segundo o site tecnotri.com.br, “é preciso levar em consideração as particularidades de cada tipo de produto alimentício. Matérias-primas e itens não refrigerados requerem armazenagem distinta de alimentos perecíveis, por exemplo. Além disso, cada tipo de alimento demanda uma embalagem específica, capaz de assegurar a sua proteção e conservação”.
Garanta ainda que os colaboradores tenham o treinamento adequado para lidar com os produtos. Lembre-se de que eles serão manuseados inúmeras vezes, principalmente durante a sua armazenagem. Deixe claro para eles que a segurança dos produtos é fundamental. Ou seja, o CUIDADO COM A HIGIENE DEVE SER CONSTANTE.
Para que a logística seja eficiente é indispensável que o fluxo de dados e informações, seja constante e muito bem controlado. Por isso, é recomendável investir em um software de gestão. Com ele, é possível gerenciar todos os pedidos, controlar estoques, selecionar os equipamentos mais adequados e empregar as melhores métricas.
Veja a seguir algumas ferramentas e sugestões que podem ser úteis na Intralogística do setor de alimentos, ainda segundo o site da Tecnotri:
- ECRS – Para permitir uma melhor análise aos processos, existe a necessidade de realizar uma análise crítica e minuciosa a todas as etapas. A ECRS (Eliminar-Combinar-Reorganizar-Simplificar) é uma ferramenta que permite realizar análises bastante detalhadas dos processos produtivos, focando-se em melhorar as atividades envolvidas. Os princípios por detrás desta ferramenta são:
- Eliminar – Consiste em eliminar todas as operações que não adicionam valor à operação, identificando ações que podem estar a atrasar o processo por não serem essenciais à operação global.
- Combinar – Combinar operações que sejam semelhantes.
- Reduzir – Reduzir o tempo das operações/tarefas.
- Simplificar – Simplificar as tarefas.
- Boas Práticas de Fabricação (BPF) – As medidas de Boas Práticas de Fabricação (BPF) devem ser adotadas pelas indústrias de alimentos para garantir a qualidade da produção e a conformidade dos alimentos com os regulamentos técnicos. As BPF podem ser definidas como um grupo de princípios e regras para o manuseio correto de alimentos, desde a sua matéria-prima até a distribuição do produto final, que envolve toda a cadeia logística. Os fabricantes devem procurar adotar procedimentos padrões de higiene operacional e análise de perigos e pontos críticos de controle e controle integrado de pragas. A análise de perigos e dos pontos críticos de controle deve considerar os riscos físicos, químicos e biológicos a que estão sujeitos os alimentos.
- Pallets para estocagem – Nos Estados Unidos, por exemplo, mais de dois bilhões de pallets circulam pela cadeia produtiva em qualquer momento. Cerca de 94% dos materiais industriais e bens de consumo interno são transportados por pallets em algum momento da sua cadeia de abastecimento. Na hora de escolher os pallets usados em suas operações logísticas, você deve ficar atento às características do material utilizado, de modo a assegurar a higiene e limpeza em todo o processo. Uma vantagem do pallet plástico é a capacidade de carga, pois ele se mostra capaz de suportar grandes pesos. Extremamente robusto, esse produtos possibilita o empilhamento das caixas, otimizando o espaço nos armazéns, sem acumular fungos, bactérias e outros agentes contaminantes.
- Automação de processos – Uma tendência atual é a automação na armazenagem, que agora envolve recursos como sistemas de separação de pedidos, transelevadores de pallets, shuttles para operações, esteiras transportadoras e softwares de gerenciamento.
E quando estamos lidando especificamente com alimentos perecíveis? O site onblox.com.br tem algumas orientações importantes para quem vai lidar com tais produtos:
- Avalie as características do produto;
- Tenha instalações adequadas para armazenagem;
- Compre equipamentos corretos para movimentação e manuseio;
- Contrate mão de obra capacitada;
- Faça investimentos constantes em treinamento;
- Forneça vestuários adequados;
- Siga as exigências da ANVISA;
- Invista na higienização correta dos ambientes;
- Planeje melhor seus inventários;
- Automatize o processo de identificação;
- Melhore os controles de armazenagem;
- Trabalhe com KPIs, ou seja, indicadores de desempenho;
- Otimize o rastreamento de seus itens no estoque;
- Invista em sistemas de gestão de estoque.
Por fim, como gerenciar o armazém para preservar os produtos? Segundo o blog logística.com.br, “no caso de produtos industrializados, o método ideal de estocagem é chamado de Primeiro que Vence, Primeiro que Sai (PVPS). Essa é uma tática de prevenção de perdas amplamente utilizada para garantir que os itens mais próximos da data de expiração sejam comercializados antes, independentemente da data de compra pelo distribuidor ou varejista. Essa medida é vital para prevenir prejuízos e reduzir os custos referentes a mercadorias que já podem ser comercializadas devido ao seu vencimento. É vital também que o armazém possua câmaras refrigeradas, boa ventilação e iluminação”. O uso de código de barras e etiquetas pode facilitar o controle das mercadorias.