Especialista aponta que integração é a palavra-chave para o sucesso de negócios e empresas em diferentes mercados
Para o engenheiro Antonio Wrobleski, o desempenho eficiente de pessoas, processos e tecnologia permite reduzir custos e alcançar melhores resultados
Em um mundo em que as novidades são mais rápidas que a própria capacidade humana em as absorver, é preciso focar no que realmente interessa para alcançar os melhores resultados, e quando se pensa em mercado, integração é a palavra-chave que deve ser pensada e praticada. Para Antonio Wrobleski, especialista em logística, presidente da BBM Logística, sócio e conselheiro da Pathfind, a integração é baseada em um tripé que sustenta qualquer tipo de negócio: pessoas, processos e tecnologia.
Segundo o sócio da Pathfind, além de mercado do futuro, esses três protagonistas do desenvolvimento (pessoas, processos e tecnologia) podem ser traduzidos, entre outros, como gestão empresarial assertiva, transformação digital, fórmula da inovação. ” A tecnologia tem uma diferença hoje em relação a períodos anteriores da história. A transformação corre, as inovações acontecem muito mais rapidamente do que nunca. Ficar sentado à beira do caminho é um grande risco de ver a tecnologia passar sem capturar, nem usar no seu negócio”, explica Wrobleski.
A exemplo do que aponta Wrobleski, no início dos anos 1970, o engenheiro Martin Cooper apresentou o protótipo do telefone móvel, que consumiu dez anos de testes e pesquisas antes de ser comercializado, a partir de 1983. A função exclusiva era falar com outro telefone sem uso de fio. Quatro gerações depois, o celular se propõe a conectar, em alta velocidade, uma infinidade de produtos na tecnologia chamada internet, além de permitir aplicações de vasto alcance. Mal foi lançada a quinta geração (5G) e a sexta (6G) já está em pesquisa, com a proposta de criar cidades mais autônomas e inteligentes.
“Não adianta apenas a tecnologia sem pessoas treinadas e habilitadas para absorvê-la e utilizá-la. Para isso acontecer, existem processos que unem tecnologia e pessoas. Essa é a trilogia que faz a grande diferença entre uma empresa de sucesso ou não, e o processo do telefone móvel é um exemplo disso”, explica.
Pesquisa da PricewaterhouseCoopers (PwC) mostrou que as empresas que inserem cada vez mais a tecnologia para melhorar o desempenho de seus negócios, as campeãs digitais, geram 8% de receita adicional e reduzem seus custos em 7%. Segundo outro estudo, da Logistics Bureau, as empresas que focam em supply chain têm redução de 15% nos seus custos totais, faturamento até três vezes maior e contam com pelo menos 50% da reserva de estoque em relação às companhias sem supply chain.
O levantamento da PwC apontou que 63% dos líderes de gestão querem aumentar a eficiência da companhia, 59% buscam reduzir custos, 21% defendem automatizar processos e análises e 19% propõem ampliar a sustentabilidade e responsabilidade social corporativa. Na esteira da integração, o desempenho eficiente do tripé pessoas, processos e tecnologia permite reduzir custos, aprimorar serviços, otimizar processos, alcançar melhores resultados, aumentar a competitividade e ampliar os lucros.
Logística
Quando o assunto é logístico, o engenheiro aponta que os dois grandes ambientes, o externo (que é tudo que sai de um armazém) e o interno, que são os próprios armazéns. A tecnologia tem que ser integrada e conversar dentro e fora da cadeia de suprimentos.
“Não adianta a empresa investir em tecnologia de transporte se não investe no armazém. Mesmo que a companhia não seja operadora de armazém, bate no tripé do processo. É preciso unir as coisas, em logística, o TMS (Transportation Management System – Sistema de Gerenciamento de Transportes) fala com o WMS (Warehouse Management System – Sistema de Gerenciamento de Armazém), que fala com algum grande ERP (Enterprise Resource Planning – Sistema de Gestão Integrado), como é o caso do SDT (Structured Data Types – Estrutura Personalizada de Dados) para consolidar as informações e ter o melhor processo. A logística de hoje, e que vai persistir nos próximos anos, é simples, desde que ancorada nos três protagonistas”, comentou Wrobleski.
Na pesquisa da Orange Business Services, feita com empresas de manufatura, transporte e logística, 83% dos entrevistados disseram que estão mais conscientes sobre os problemas da cadeia de suprimentos no pós-pandemia. Segundo olevantamento, 40% das multinacionais não souberam lidar com a crise provocada pela Covid-19. A pandemia fez os gestores entenderem que precisam de mais velocidade, agilidade e inovação para lidar com mudanças. Eles avaliam que a digitalização é prioridade para a sobrevivência do negócio.
Ainda segundo Wrobleski, é impossível uma empresa crescer sem tecnologia, ‘em situações diferentes são exigidas soluções diferentes, por isso, para sobreviver, a cadeia de suprimento precisa estar sustentada em pessoas, processos e tecnologia para oferecer a melhor experiência ao cliente, que também é baseada na inovação. A Customer Experience (CX) é fundamental para entender cada vez a necessidade do consumidor e oferecer o melhor produto na ponta”, finalizou.