Inovação e sustentabilidade levam o setor de logística para o futuro

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Inovação e sustentabilidade levam o setor de logística para o futuro

Quando olhamos para os caminhos que a logística deve percorrer nos próximos anos, dois pontos são essenciais nessa trajetória: inovação e sustentabilidade. A empresa que deseja se destacar deve buscar constantemente que as novas tecnologias e a sustentabilidade trabalhem de forma simultânea para tornar os negócios mais eficientes e em harmonia com o meio ambiente. A ESG precisa de fato ser um valor.

Um estudo da consultoria McKinsey, feito com mais de 250 fornecedores do setor logístico no mundo, mostra que chegou o momento de investir em tecnologia logística para resolver os desafios do mercado. Cerca de 87% dos participantes do estudo apontaram que, desde 2020, mantiveram ou aumentaram seus investimentos em tecnologia, enquanto 97% planejam ampliar o aporte de recursos no segmento pelos próximos 3 anos.

Nos dias de hoje, mais do que otimização de processos, segurança, qualidade e atenção ao cliente, precisamos buscar meios de aplicar a tecnologia em nosso dia a dia para que as atividades se tornem mais eficientes do ponto de vista econômico e operacional. Combinado a isso, é fundamental que sejam integradas melhores práticas ambientais, como a redução do consumo de água e de energia através da utilização de fontes 100% renováveis e certificadas, gestão de resíduos, renovação da frota por veículos menos poluentes, entre outras iniciativas.

Foram esses desafios do mercado que, recentemente, me levaram a integrar a Missão Internacional do Transporte na Suécia, que é um país com um ecossistema exemplar de inovação disruptiva e sustentabilidade, e por possuir os três “t” como pilares para um melhor desenvolvimento: tradição conectada a inovação, tecnologia e talento.

Juntamente com uma delegação de executivos do SEST SENAT, parlamentares e profissionais do segmento de logística do Brasil, tive a oportunidade de conhecer a fundo uma das economias mais inovadoras do planeta, de acordo com o Índice Global de Inovação (IGI). Fizemos visitas técnicas a empresas globais para ter uma imersão de inovação sustentável e seguimos o programa acadêmico elaborado pela Escola de Economia de Estocolmo (Stockholm School of Economics – SSE), que é considerado o principal centro de educação executiva entre os países nórdicos, segundo o Financial Times.

Alguns dos assuntos tratados durante a missão foram: o nosso posicionamento como transportadores com a Complexidade da Cadeia de Valor, a responsabilidade empresarial, onde estamos em relação a Europa na transição energética, o balanço entre competitividade e adoção de práticas sustentáveis, quais ferramentas usar e processos ágeis que podemos aplicar na jornada da Inovação, assim como estratégias adequadas de integração colaborativa de fornecedores, o que causaram diversas novas análises e aplicações para nossa empresa.

Nesse sentido, podemos dizer que na Rodonaves estamos no caminho certo. Adotamos medidas como atualização contínua da frota, aumentando anualmente o número de caminhões com motorização Euro 6, reduzindo a emissão de poluentes em até 95% e diminuindo o consumo de combustível. Estamos testando a aplicação de caminhões elétricos em grandes centros, e cerca de 90% das nossas operações são movidas através da compra de energia incentivada no Ambiente de Contratação Livre (ALC) e por sistemas de geração fotovoltaicos próprios. Acreditamos que este propósito, analisando à longo prazo, será valorizado pelo cliente, além de demandado pela sociedade.

Antes do encerramento da Missão, provoquei uma discussão no grupo sobre o que faríamos na volta ao Brasil, e o resultado desta conversa promoveu a criação de uma equipe de trabalho de transição energética no Brasil, liderado pela CNT, com a presença de 15 empresários, para dar continuidade aos estudos e potenciais alternativas para o País.

Além de toda essa troca de conhecimento, tivemos ainda o prazer de ter um encontro com a Rainha Silvia, da Suécia, que nos visitou durante o programa na Escola de Economia de Estocolmo e falou sobre a sua fundação Childhood, que luta pela defesa dos direitos das crianças e adolescentes na prevenção do abuso da exploração sexual. No Brasil, a iniciativa é representada pelo programa “Na Mão Certa”, que une esforços para acabar com a exploração sexual em rodovias brasileiras, onde a Rodonaves é mantenedora Ouro do programa. Além disso, ela teve a gentileza de reconhecer publicamente o compromisso das empresas que mantém o programa.

Cada minuto dessa viagem foi importante para pensar em como é possível aprimorar o setor de transporte rodoviário de cargas no Brasil. Todos esses ensinamentos que adquiri a partir de palestras com especialistas, aulas e dinâmicas com profissionais de excelência servirão de inspiração para seguirmos na busca por soluções que proporcionarão ainda mais agilidade e eficiência à nossa cadeia de negócios, além de trazer impactos positivos aos colaboradores, clientes e comunidade, transformando o futuro que estamos construindo.

*Por Regis Tiecher, CEO do Grupo Rodonaves