Varejo em alerta: apagão de mão de obra

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Varejo em alerta: apagão de mão de obra

   
 
A recente queda do desemprego no Brasil, que atingiu 6,8% em julho de 2024, marca um recorde histórico, mas também levanta um alerta crucial para o varejo. Em um setor que já enfrenta um apagão de mão de obra, a redução no número de pessoas disponíveis para trabalhar acentua a necessidade de adaptação urgente. As condições atuais, com salários baixos e uma carga de trabalho presencial intensa—incluindo fins de semana e feriados—afastam cada vez mais os jovens que buscam sua primeira oportunidade de emprego.

Com a força de trabalho diminuindo, o varejo precisará acelerar a implementação de soluções automatizadas. Já vemos esse movimento nas praças de alimentação de shoppings, onde totens substituem operadores de caixa, mas isso é apenas o início. A adoção de atendimento digital, chatbots, e inteligência artificial para agilizar o atendimento e resolver dúvidas será essencial para compensar a escassez de mão de obra. Além disso, o ambiente digital se tornará um pilar vital para alcançar a escala de negócios que não será mais viável no ambiente físico.

Se seguirmos o exemplo americano, como observado na última NRF, o varejo brasileiro provavelmente verá uma redução nos horários de funcionamento das lojas, acompanhada de uma diminuição no número de turnos e equipes mais enxutas. Essa mudança permitirá que os salários aumentem e a competitividade cresça, preparando o setor para os “novos tempos” que estão à porta. O varejo, portanto, precisa se reinventar não apenas para sobreviver, mas para prosperar em um cenário onde a mão de obra disponível se torna cada vez mais rara.

Caio Camargo | @caiocmgo 

Foto: Divulgação