Intra-Logística ou Logística dos Armazéns do Futuro: Ou Será Presente?

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Intra-Logística ou Logística dos Armazéns do Futuro: Ou Será Presente?

Por Fabio C. Garcia

Na semana passada, São Paulo sediou a INTRA-LOG EXPO SOUTH AMERICA, organizada pelo Grupo IMAM. Paralelamente à feira, ocorreu o Fórum INTRA-LOG. Uma análise rápida dos temas discutidos no Fórum revela claramente a direção estratégica que a Intra-Logística, ou Logística Interna dos Armazéns, está tomando.

Fonte: https://intralogexpo.com.br/programacao

Esses temas me lembram de uma conferência em 2017, o XXII Fórum Internacional de Supply Chain, onde o professor Dale Rogers, da Arizona University, já indicava mudanças nas funções estratégicas dos armazéns no futuro:

“O armazém do futuro não é um espaço de estocagem, mas um centro de valor onde podem ocorrer manufatura leve, conversão, impressão 3D, etc., para fornecer a personalização da ‘última milha’ que os modelos tradicionais de fabricantes e varejistas não podem oferecer devido ao seu longo ciclo/tempo de entrega.”

Este mesmo professor retornará este ano, em outubro, na trigésima edição do Fórum Internacional de Supply Chain, novamente sob a curadoria do ILOS. Certamente, ele trará mais contribuições importantes para a indústria.

Analisando os temas abordados pelos profissionais no fórum, é possível ver a mesma direção no “white paper” deste ano do MIT Center for Transportation & Logistics, intitulado: “The Warehouse of the Future – Toward Highly Automated, Interconnected, Sustainable Warehouses”. Este documento apresenta três elementos estratégicos para as inovações nos armazéns do futuro, onde dentro delas a Inteligência Artificial (IA) e a gestão de pessoas estão presentes:

  1. Automação: Com os avanços tecnológicos e a crescente necessidade de maior eficiência e produtividade, os armazéns estão cada vez mais adotando soluções de automação em todos os processos. A velocidade continua sendo uma preocupação primordial, especialmente no contexto do comércio eletrônico, enquanto a flexibilidade surgiu como outro fator crítico.
  2. Digitalização: Embora a automação traga eficiência e precisão às operações de armazenagem, é a integração de tecnologias digitais que poderá desbloquear o verdadeiro potencial de armazéns altamente automatizados. Os principais elementos incluem conectividade de alta velocidade para ajustes em tempo real e sistemas de IA para aumentar a precisão das operações robóticas. No entanto, a jornada de transformação enfrenta dois desafios principais: a necessidade de precisão de dados e a aquisição dos talentos certos.
  3. Sustentabilidade: A implementação de tecnologias de automação em armazéns força as empresas a reavaliar suas estratégias de sustentabilidade. Esta reavaliação abrange tanto as emissões de carbono incorporadas nos materiais usados na automação de armazéns quanto o consumo de energia de novos sistemas de automação, como empilhadeiras elétricas e sistemas de armazenamento automatizados. Práticas sustentáveis, incluindo a integração de fontes de energia renováveis, como energia solar e eólica, e o emprego de tecnologias mais eficientes em termos de energia, são essenciais para reduzir o impacto ambiental das atividades de armazenagem.

 Então o que ficaria de conclusão desta análise: Os profissionais de logística, especializados em armazenagem, além de todos os “skills” tradicionais que formam a base, certamente necessitarão continuar construindo sua trilha de conhecimentos e habilidades. Será necessário incluir os elementos dos armazéns do futuro para que possam continuar sendo os talentos certos.

Foto: Ilustrativa