Seca na Bacia do Amazonas afeta cadeias mundiais de abastecimento e  fluxo de transporte global

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Seca na Bacia do Amazonas afeta cadeias mundiais de abastecimento e  fluxo de transporte global

Empresas de logística oferecem alternativas de transporte de mercadorias para a região durante o período de estiagem

São Paulo, setembro de 2024 – A Bacia do Rio Amazonas enfrenta um período de seca severa, com níveis historicamente baixos. No dia 30 de agosto, o Rio Solimões tinha registro de -94 cm em Tabatinga (AM), superando a mínima de -86 cm, de 2010, conforme os dados do 35º Boletim Hidrológico da Bacia do Rio Amazonas, divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB). O Rio Negro, em Manaus (AM), estava 2,60 metros abaixo do normal para a época. Outros rios da região também são afetados pela estiagem. 

Estas condições não só comprometem a navegabilidade dos rios, afetando o transporte de mercadorias essenciais e isolando comunidades que dependem do transporte fluvial, como têm consequências sérias para o transporte mundial de cargas.

“ A região amazônica fabrica produtos eletroeletrônicos, principalmente na Zona Franca de Manaus, que dependem da importação de componentes e peças. Além disso, também abastece os estados brasileiros e exporta para outros países”, diz Eric Brenner, CEO da DHL Global Forwarding no Brasil, empresa especializada em transporte aéreo, marítimo e despacho aduaneiro do Grupo DHL. “Este cenário  causa disrupções na cadeia mundial de suprimentos, além de comprometer a competitividade de produtos exportados da região”. 

Para garantir a continuidade do transporte de cargas durante a seca na Bacia do Rio Amazonas, as empresas de logística estão explorando diversas soluções. A DHL Global Forwarding oferece o serviço Multimodal Express (MMEX) para embarques mais urgentes,  especialmente para produtos provenientes dos portos da  Ásia, assim como cargas via o canal do Panamá. É feito uma transferência de modal em Miami, nos Estados Unidos, para o  aeroporto de Manaus (AM), proporcionando uma solução rápida e eficiente para o transporte de cargas.

Outra alternativa que as empresas de logística estão usando é utilizar rotas que se conectam no Caribe com navios de calado menor, capazes de navegar em águas menos profundas. Adicionalmente, é possível usar balsas no porto de Vila do Conde (PA), que atuam como feeders para Manaus, permitindo o transporte de mercadorias através de rotas mais acessíveis.

Além disso, o transbordo de contêineres de navios para balsas em um porto temporário, na região de Itacoatiara, no Rio Amazonas, ajuda a contornar as áreas com níveis críticos de água. 

Alta temporada de frete antecipada

Neste ano, a seca no Rio Amazonas coincide com a antecipação da alta temporada de frete,  que tem levado a um aumento no volume de embarques e congestionamento portuário. Esses fatores combinados intensificam os desafios logísticos, com congestionamentos adicionais nos portos e a sobrecarga das rotas aéreas, o que pode resultar em atrasos e dificuldades na recomposição de estoques para os varejistas. 

“Apesar dos desafios impostos pela severa seca na Bacia do Rio Amazonas, que tem comprometido a navegabilidade dos rios e afetado a logística regional e global, estamos confiantes na capacidade das empresas de logística em se adaptar e superar essa situação. Com a implementação de soluções alternativas, como o uso de rotas alternativas e transporte aéreo mais ágil, garantimos que as mercadorias continuem a chegar aos seus destinos de forma eficiente e que o impacto na cadeia de suprimentos seja minimizado,” finaliza Brenner.

Foto: Divulgação | Seca na Bacia do Amazonas afeta cadeias mundiais de abastecimento e fluxo de transporte global