Movimentação de cargas: como mitigar os principais riscos?

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Movimentação de cargas: como mitigar os principais riscos?

por Fernando Fuertes, Engenheiro e Desenvolvedor de Novos Negócios da Acro Cabos

A amarração, elevação e movimentação de cargas são processos relevantes para a operacionalização de diversas atividades econômicas, como construção civil, logística e transporte, operações portuárias, mineração e indústria, entre muitas outras. A maior parte desse trabalho está relacionado ao içamento e deslocamento de grandes volumes das mais variadas formas e dimensões.

Este é um contexto que traz uma série de riscos tanto à integridade física das pessoas que atuam nestas operações, quanto à integridade das cargas movimentadas – e até mesmo dos equipamentos utilizados. Mitigar esses riscos e garantir a segurança de todos os envolvidos, preservando a saúde e evitando atrasos e prejuízos, é uma constante necessidade desta atividade.

Por isso, é sempre importante reforçar o tema da segurança, discutindo seus muitos aspectos. A seguir, vou apresentar quais são os principais riscos envolvendo a movimentação de cargas e como é possível mitigá-los.

Riscos de dimensionamento

Peso, dimensões e geometria são fatores que precisam ser avaliados no planejamento de movimentação de uma carga. A ausência de um dimensionamento correto pode trazer riscos de equilíbrio, afetando não apenas o içamento, mas também o equipamento utilizado na movimentação, com riscos envolvendo obstáculos presentes na área e até mesmo ao local para onde a carga está sendo deslocada.

Esse risco pode ser mitigado com uma checagem das informações técnicas sobre a carga, realizando um dimensionamento correto, que avalia não apenas as medidas, mas também o seu centro de gravidade.

Tombamento do veículo transportador

Na movimentação de grandes de volumes e peso elevado, o equilíbrio e a estabilidade dos equipamentos são pontos fundamentais.

Além do dimensionamento da carga, as condições de posicionamento dos equipamentos de elevação devem ser avaliadas. Isso inclui o terreno no qual está instalado, que pode não ser estável o suficiente, seja pela estrutura do piso, seja pala falta de compactação do solo e até por influência de fatores climáticos, como excesso de chuva e ventos fortes.

Mitigar esse risco demanda estudo das estruturas nas quais os equipamentos estão instalados, avaliação das condições do solo e do piso, além de atenção a outros fatores que podem gerar instabilidade na base de fixação.

Rompimento de pontos de pega

Os pontos de pega são os locais posicionados na carga onde serão colocados os ganchos, laços e cabos para que seja feito o içamento. Eles são preparados e adaptados para receberem ganchos ou servirem de pontos de amarração. Os riscos que trazem estão relacionados ao planejamento em relação ao posicionamento correto de cada um deles a partir das dimensões, peso e centro de gravidade do objeto a ser elevado.

Muitos fatores podem levar ao rompimento desses pontos, sejam eles estruturais em relação ao material no qual estão afixados, seja por mal dimensionamento de sua capacidade de suportar o peso ou mesmo a dinâmica da movimentação.

Esse é um risco que para ser mitigado requer conhecimento prévio das características da carga, de seu material e equilíbrio, além do melhor posicionamento para fixação dos pontos de pega.

Rompimento de cabo ou cinta

Cabos e cintas são materiais indispensáveis no processo de elevação e movimentação de cargas e devem ser os pontos de maior atenção em cada operação. O subdimensionamento da capacidade do cabo ou da cinta tende a ser o principal risco para esse material, seguido de manutenção inadequada, uso fora das especificações e falta inspeções regulares.

Em cabos e cintas, a fadiga é um processo natural que pode ser retardado ou acelerado de acordo com as formas de uso. Quando as normas e especificações são seguidas corretamente, a vida útil desse material tende a ser estendida. Isso requer inspeções regulares, que podem ser visuais ou com equipamentos eletromagnéticos, dependendo das características de uso e do material de fabricação.

Mitigar esse risco depende de protocolos de segurança para regularizar inspeções, avaliar dimensionamentos e aplicações, além de contar com materiais de qualidade certificada.

Estes são alguns dos principais riscos que a movimentação de carga pode oferecer e que para serem mitigados é preciso, acima tudo, contar com profissionais qualificados para avaliar todas as variáveis que podem existir em uma operação. Porém, pessoas qualificadas precisam atuar com autonomia nas decisões e estarem inseridas em um ambiente que fomente uma cultura de segurança, com processos bem estabelecidos e respeito inegociável às normas.

Foto: Divulgação