Seis tendências verdes que prometem transformar os negócios em logística
Combustível verde, carros elétricos, energia renovável entre os principais fatores que vão revolucionar toda a cadeia
A agenda positiva crescente em relação à sustentabilidade e à crise climática global tem como efeito positivo o aumento da pressão popular para uma atuação concreta de governos e indústrias no sentido de reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Apesar da persistente desinformação a respeito do tema no Brasil – 34% dos brasileiros não sabem o que são mudanças climáticas -, 22% dos entrevistados em pesquisa do Instituto Datafolha apontam as indústrias como principais responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa.
A resposta do setor para a manutenção da competitividade está no investimento em soluções sustentáveis, que devem estar presentes em todas as etapas da cadeia de suprimentos. Para além de um diferencial, aspectos de sustentabilidade tornaram-se um fator competitivo fundamental, ao garantir o atendimento a legislações e regulamentações setoriais. Nesse sentido, uma análise da DHL Global Forwarding, mostra a logística como fator determinante para empresas e negócios que buscam ampliar a sustentabilidade em suas operações.
“Como espinha dorsal do comércio global, a logística passa por desafios ambientais importantes, que exigem um plano de ação consistente. Ajustes ou soluções temporárias não são suficientes, e o redesenho da estrutura de transporte, armazenamento e distribuição é o ponto central de um plano de entregas verde”, afirma Eric Brenner, CEO Brasil da DHL Global Forwarding.
Confira as seis principais tendências em sustentabilidade que terão grande impacto na indústria logística em cinco a dez anos, de acordo com dados da ferramenta DHL Logistics Trend Radar 7.0.
- Descarbonização
A descarbonização é a principal força propulsora da logística para um futuro mais verde, uma vez que as cadeias de suprimentos são, hoje, responsáveis por cerca de 60% das emissões globais de carbono. Apesar de desafios como a necessidade de padronização da contabilidade de carbono e a exigência de um alto investimento inicial, o setor já está adotando medidas para reduzir sua pegada de carbono.
- Combustíveis sustentáveis
O uso de combustíveis mais sustentáveis têm grande potencial, uma vez que a redução da dependência de combustíveis fósseis é crucial para minimizar as emissões de carbono. Para as modalidades de transporte aéreo ou marítimo, por exemplo, biocombustíveis e e-combustíveis sintéticos são uma realidade que demanda a ampliação da disponibilidade e redução dos custos para uma adoção em larga escala.
- Carros elétricos
A adoção de veículos elétricos representa um grande avanço para entregas sustentáveis. Segundo o Logistics Trend Radar 7.0, há a previsão de um aumento de mais de 1.000% no volume de veículos elétricos utilizados na logística, passando de 45 milhões de unidades, no mundo, em 2023, para 525 milhões, até 2035. A transição é fundamental para a redução drástica das emissões de carbono geradas pelo transporte rodoviário, que representa 70% do total de gases gerados. Embora seja uma tendência irreversível, para acelerar essa realidade é preciso superar os desafios atuais em relação à infraestrutura para recarga e os custos iniciais elevados.
- Circularidade
A proposta de um sistema de reaproveitamento contínuo de produtos e materiais é caminho sem volta para o objetivo de minimizar o desperdício e o impacto ambiental. A sociedade precisa avançar rapidamente na ação prática em relação à remanufatura, reciclagem e reutilização. A logística reversa tem um papel central nessa mudança, uma vez que oferece soluções para aprimorar a circularidade nas cadeias de suprimentos, incluindo serviços como devoluções, reparo, recondicionamento e reciclagem de produtos. Essas iniciativas visam reduzir o impacto ambiental e gerar fluxos de receita adicionais para as empresas.
- Energia renovável
A substituição da matriz energética por fontes limpas é uma meta global prioritária. Os esforços atuais nessa direção devem impulsionar uma transformação significativa, mais do que dobrando o volume de energia proveniente de fontes renováveis. Segundo o levantamento do Trends Radar, até 2030, entre 45% e 50% da energia consumida será de origem verde — e esse índice pode chegar a 85% até 2050.
Além das oportunidades geradas pelas usinas eólicas e solares, o hidrogênio verde desponta como uma alternativa promissora, com grande potencial de impacto. No setor logístico, isso representa uma oportunidade concreta para ampliar frotas verdes e investir em instalações com emissões neutras de carbono. A DHL Global Forwarding, por exemplo, tem concentrado esforços na incorporação de combustíveis sustentáveis em suas operações no Brasil.
- Análise avançada de dados
O uso de análise avançada de dados irá otimizar a sustentabilidade na logística graças às ferramentas de identificação preditiva de áreas com potencial de melhoria e previsão de padrões climáticos.
“As tendências em logística sustentável já estão redesenhando a indústria, da modernização de frotas à melhoria na infraestrutura dos centros logísticos. Mas a velocidade e sucesso da transformação demanda o comprometimento das empresas” afirma Eric.