Entenda como as constantes crises hídricas que o Brasil vive afetam de forma constante a logística do país.
Por Reinaldo Menegazz, Head of Trucks da CargoX
Quando pensamos em falta de água logo realizamos a relação com o consumo humano, seja ligado a ingestão direta, higiene, produção e cultivo de alimentos ou coisas relacionadas, entretanto, outro ponto importante e que pouca gente leva em consideração é como a crise hídrica afetaria de forma muito relevante a logística dentro do Brasil. Antes de entender como isso pode ocorrer, temos que ampliar a visão de que isso só ocorreria pois impactaria no fator humano, isso pode ser mais profundo e muito mais amplo, pois o cenário nacional possui características únicas.
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Temos que partir do ponto que a falta de água iria inviabilizar a reutilização de veículos e/ou carrocerias em um tempo hábil para sua reutilização. Existem produtos que necessitam de um transporte muito especifico e que não possuem uma oferta adequada de veículos, por isso, muitos são utilizados, higienizados e, depois, utilizados novamente. Isso é importante para manter o custo do transporte dentro de condições possíveis para os embarcadores e para aqueles que realizam o transporte. Caso não fosse possível reutilizar, o custo do frete nesses casos seria bastante elevado, o que faria com que o mercado sofresse bastante e todas as camadas iriam sofrer impactos.
Outro ponto importante disso é o transporte de cargas hidroviário, que atualmente já possui limitações dentro do Brasil, mas que acaba auxiliando de forma importante os demais modais disponíveis. O desaparecimento dessa válvula de escoamento iria sobrecarregar o transporte rodoviário de uma forma tão grande que o mesmo não teria condições de suportar a demanda. Isso se desdobraria em um colapso gigantesco na logística brasileira, transportes não conseguiriam ser realizados, produtos iriam passar de seus prazos de validade e não chegariam aos distribuidores e mercados a tempo para comercialização.
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Isso também se refletiria nas vias nacionais que teriam um volume maior de caminhões nas estradas, se deteriorando com mais rapidez, além disso, o volume de tráfego também seria maior, o que causaria mais congestionamentos, atrasando os fretes ainda mais. Seguindo essa linha, o meio ambiente também sofreria, pois, a emissão de CO2 seria maior, ampliando o impacto que hoje já é grande.
Todos os anos alguma região do país sofre com a seca e naturalmente pensamos em como isso impacta diretamente nosso cotidiano, a questão que devemos refletir é que isso é muito maior do que a calçada que deixamos de lavar ou o banho que passa de 10 para 5 minutos. É importante observar que todo um ecossistema maior sofre com a falta de água e isso poderia ser catastrófico setores primordiais da sociedade.
Sobre a CargoX
A CargoX é a primeira transportadora do Brasil sem frota própria, baseada em tecnologia e inovação, operando conectada em tempo real, por meio de um aplicativo próprio, a uma rede de mais de 100 mil motoristas autônomos. Lançada oficialmente em março de 2016 e considerada como a “Uber do transporte de cargas” a empresa é pautada pelas diretrizes agilidade, flexibilidade e qualidade na experiência do contratante do serviço, além de responsabilidade pelas cargas transportadas. Atualmente, atende todas as regiões do país e com crescimento médio de 57%.
Durante os primeiros 12 meses de atuação, a companhia conquistou investimentos em duas rodadas, os principais investidores são a Goldman Sachs, Valor Capital Group, Oscar Salazar (fundador da Uber) e outros nomes do mercado de transporte. Dentre os principais clientes da empresa estão: Leroy Merlin, Minalba, Brasil Kirin, Saint Gobain, entre outros.