Com mais unidades e empregos, Setor de
Franquias cresce 7 % no 1º
TRI de 2019
- Segmentos de Casa e Construção, Serviços Automotivos, Comunicação Informática e Eletrônicos, Serviços e Outros Negócios e Saúde, Beleza e Bem Estar registraram maior variação percentual
- Modelos alternativos de pontos de venda, franqueados multiunidade e e-commerce ganham espaço
São Paulo, 15 de maio de 2019 – O ritmo de expansão mais forte e as perspectivas econômicas relativamente melhores levaram o setor de franquias a registrar um crescimento nominal de 7% no 1º trimestre deste ano, ou seja, um ritmo mais intenso se comparado ao mesmo período de 2018 que foi de 5,1%. O faturamento passou de R$ 38,762 bilhões para 41,464 bilhões. Considerando-se os últimos 12 meses, o crescimento foi de 7,5% (variação de R$ 165,190 bilhões para 177,545 bilhões). É o que revela a Pesquisa Trimestral de Desempenho do setor realizada pela ABF – Associação Brasileira de Franchising.
Analisando-se
o quadro macroeconômico nacional, nota-se que, embora as expectativas iniciais
do ano fossem mais otimistas, houve o agravamento de alguns indicadores
importantes como o desemprego, tímido crescimento do PIB, baixa produção
industrial e falta de agilidade no trâmite de reformas importantes para o País.
Por outro lado, a inflação se manteve baixa, assim como os juros, e o varejo
demonstrou maior vigor em vários ramos, com destaque para e-commerce e
serviços.
“O cenário se mantém complexo, mas dois fatores contribuíram com o desempenho
do setor. O ritmo mais forte de expansão em 2018 e de janeiro a março de 2019 –
associado a definição do quadro eleitoral e a um mercado de trabalho
desaquecido – e alguns movimentos positivos no varejo alavancados por um
consumidor menos retraído. O crescimento do setor reflete também os ajustes
realizados pelas redes nos últimos três anos, principalmente a busca por mais
eficiência, o desenvolvimento de modelos de negócio mais enxutos e a
diversificação de canais de venda, linha de produtos e consumidores”, afirma
André Friedheim, presidente da ABF.
Quanto ao movimento de abertura e fechamento de lojas no 1º trimestre de 2019,
o estudo apontou uma variação positiva do saldo total de 2,5%, mais do que o
dobro do 1º trimestre de 2018, já que foram abertas 3,7% dessas unidades e
houve o fechamento de 1,2% delas. São registradas atualmente 156.693 unidades
de franquias no País. “Depois de um período de maior conservadorismo, tanto
entre as redes, como entre os investidores, temos notado uma disposição maior
na área de expansão. A melhoria das perspectivas econômicas certamente ajudou,
mas creio também que o franchising tem se consolidado cada vez como uma opção
mais segura para empreender. Mais empresas e mais pessoas tem considerado esta
opção, o que é muito bom para o setor manter seu processo de reinvenção constante”,
declara André Friedheim.
A pesquisa indicou também uma elevação de 2,05% no número de empregos diretos
do setor no trimestre em relação ao final de 2018, totalizando 1.325.844
trabalhadores. Para o presidente da ABF, “a conjugação de unidades e empregos
mostra mais uma vez o papel fundamental do setor na geração de postos formais.
Se as reformas andarem no ritmo necessário e alguns problemas estruturais do
estado brasileiro começarem a ser enfrentados, estou seguro que podemos
contribuir ainda mais e em todo o País”.
Segmentos
Entre os segmentos que apresentaram maior variação de crescimento nos meses de
janeiro a março deste ano, Casa
e Construção registrou um crescimento de 12,9% no seu
faturamento na comparação com o mesmo trimestre de 2018. O resultado expressivo
reflete, além de uma taxa de expansão em unidades de 7,4%, o aquecimento de
área de reparos e melhorias nos imóveis.
O segundo melhor desempenho ficou com o segmento de Serviços Automotivos,
que cresceu 12,7% no mesmo período. Este resultado foi impulsionado pela
recuperação do mercado automotivo de forma geral, que apresentou recordes de
vendas de veículos novos na comparação com os anos anteriores. O crescimento da
frota repercutiu em toda a cadeia, incluindo os serviços prestados pelas
franquias. O ramo de franquias de aluguéis de carros também contribuiu de
forma importante com este movimento.
Também apresentaram bons resultados os segmentos de Comunicação, Informática e Eletrônicos e
Serviços e Outros Negócios, com crescimentos de 9,7% e 9,6%,
respectivamente. No primeiro segmento, o destaque ficou por conta de serviços
de manutenção e reparo de eletroeletrônicos e de marketing e design digital. No
segundo caso, à exemplo dos trimestres anteriores, foram as franquias de
logística e serviços administrativos que alavancaram o resultado.
Saúde, Beleza e Bem Estar
voltou ao grupo dos segmentos que mais crescem, com uma taxa de 9,2%, com uma
expansão em unidades de 6,7%. O crescimento mais intenso das óticas e dos serviços
médicos e odontológicos alavancaram este desempenho.
Localização, formato e
canal
Depois de alguns anos de queda, cresceu a participação dos shoppings enquanto
local do ponto de venda, passando de 21,5% em 2018 para 24,9% em 2019. “Desde o
ano passado os shoppings esboçam uma reação que começa a aparecer em nossos
números. A vacância e a mudança do mix, com mais lojas de alimentação e
entretenimento, criaram boas oportunidades para o franchising”, explica Vanessa
Bretas, gerente de inteligência de mercado da ABF. Esse movimento, no entanto,
não reverteu outra tendência registrada nos últimos anos, o crescimento dos
pontos alternativos, com destaque para o home office, cuja participação passou
de 4,9% em 2018 para 6,7% em 2019.
Em termos de modelo de operação, houve um crescimento expressivo dos quiosques (de 6,5% em 2018 para 8,6% em 2019), mas outras modalidades alternativas tem participações relevantes como é o caso de Home-based (6,0%) e Atendimento à Domicílio (2,1%) – neste ano, a ABF segregou mais os tipos de modalidade em sua pesquisa, confira.
E-commerce
e Multifranqueados
Pela primeira vez, a ABF perguntou as redes a respeito de sua estratégia de e-commerce.
61,1% delas afirmaram que utilizam as vendas online como canal (esse montante
em 2018 era de 42,3%), sendo que em 48,1% delas os franqueados participam
(contra 30,1% em 2018). O formato de participação dos franqueados predominante
é a de comissão sobre as vendas (79,2%), seguido de loja virtual do franqueado
(9,1%) e app de delivery (7,2%). “Esses dados são bastante reveladores e
mostram que o franchising brasileiro está se adaptando a transformação digital.
Porém, precisamos ir mais fundo. Por exemplo, a retirada em loja franqueada de
produtos adquiridos no e-commerce, uma grande oportunidade, é adotada apenas
por 0,9% das redes”, afirma André Friedheim.
O fenômeno dos
franqueados que gerem mais de uma unidade continua a se aprofundar. Em 2019, o
volume de redes que possuem este modelo atingiu 82%, contra 74,5% em 2017. No
entanto, com o movimento de expansão mais intenso, a participação percentual de
multifranqueados dentro das redes passou de 23% em 2017 para 17% em 2019. Caiu
também a participação das unidades administradas por multifranqueados, de 37%
em 2017 para 32% em 2019. “Quanto a expansão é mais intensa, é comum que novos
empreendedores ingressem no sistema, ainda mais com o mercado de trabalho em
ritmo tão lento”, afirma Vanessa Bretas. Os franqueados multimarca (ou seja,
que gerem mais de uma unidade de mais de uma marca) apresentaram maior
estabilidade, com 40% das redes afirmando que tem franqueados com este perfil
em 2019 (contra 43% em 2017), sendo que na quase totalidade dos casos os
franqueados trabalham com de 2 a 4 marcas.
Metodologia
A Pesquisa de Desempenho do Franchising referente ao 1º trimestre de 2019
envolveu uma base amostral com redes respondentes que representam cerca de 27%
das unidades e 31% do faturamento total do setor. Abrangendo o mercado como um
todo, inclusive não associados, os números do desempenho do setor de
franchising são apurados em pesquisa por amostragem, cruzados com levantamentos
feitos por entidades representantes de setores correlatos ao sistema de
franquias, órgãos de governo, instituições parceiras e de ensino. Auditados por
empresa independente, os dados divulgados pela ABF são referência para órgãos
governamentais de diversas esferas, entidades internacionais do franchising,
como World Franchise Council (WFC), Federação Ibero-americana de Franquias
(FIAF) e instituições financeiras.
Sobre a ABF
A ABF – Associação Brasileira de Franchising é uma entidade sem fins
lucrativos, fundada em 1987, que representa oficialmente o sistema de franquias
brasileiro. O setor registra um faturamento anual de aproximadamente R$ 174
bilhões, mais de 153 mil unidades e cerca de 2.800 marcas de franquias
espalhadas por todo o Brasil. Além disso, o franchising brasileiro responde por
2,4% do PIB e emprega diretamente mais de 1,2 milhão de trabalhadores.
Atualmente com mais de 1.100 associados e cobrindo todo o território nacional
por meio da seccional Rio de Janeiro e de regionais (Sul, Minas Gerais,
Centro-Oeste, Nordeste e Interior de São Paulo), a entidade reúne
franqueadores, franqueados, advogados, consultores e demais fornecedores e
stakeholders do setor. O propósito da ABF é fomentar o franchising brasileiro,
nacional e internacionalmente, para que ele se mantenha próspero, sustentável,
inovador, inclusivo e ético. A Associação dedica-se a aperfeiçoar o sistema de
franquias brasileiro por meio da capacitação de pessoas em diversos cursos
presenciais e on-line, do estímulo à inovação, da disseminação das melhores
práticas, da representação junto às diversas instâncias públicas e divulgação
dos resultados do setor.
Informações para a Imprensa: Debora Freire – debora@dfreire.com.br Tel.: (11) 5105-7171 – www.dfreire.com.br |