Como a IA pode otimizar o planejamento da logística e reduzir as emissões de CO2

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Como a IA pode otimizar o planejamento da logística e reduzir as emissões de CO2 

*por Javiera Lyon

A inteligência artificial (IA) está promovendo a mudança em diversas áreas, e o setor de logística não é exceção. A capacidade de processamento de grandes volumes de dados e a implementação de algoritmos avançados permitem que a IA ofereça soluções mais eficientes e sustentáveis para o planejamento da logística, contribuindo para a redução das emissões de carbono (CO2). 

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o setor de transportes é responsável por cerca de 20% das emissões globais de CO2. No Brasil, 9% dos poluentes são emitidos pelo segmento, conforme dados do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. Esses números demonstram a importância em adotar tecnologias que possam ser capazes de reduzir o impacto ambiental no setor de transportes. 

O fato é que o planejamento logístico é uma atividade complexa que envolve a coordenação de diversos fatores, como a escolha de rotas, a gestão de frotas, o controle de inventários e a previsão de entrega. Tradicionalmente, essas tarefas são realizadas por profissionais capacitados que, apesar da sua experiência e conhecimento, são humanamente limitados ao processar grandes quantidades de dados em pouco tempo. A IA, por outro lado, pode analisar rapidamente grandes conjuntos de informações e, em tempo real, identificar padrões e informações que poderiam passar despercebidas. 

Um dos principais benefícios do uso de IA na logística é a otimização das rotas de transporte. Algoritmos podem analisar dados de trânsito, horários de funcionamento de estabelecimentos para criar deslocamentos mais eficientes. Assim, a utilização de roteiros otimizados reduz o tempo de viagem e o consumo de combustível, além de diminuir as emissões de CO2.

Ainda, os sistemas avançados de monitoramento são capazes de acompanhar em tempo real o desempenho dos veículos, prevendo a necessidade de manutenções. A manutenção de prevenção reduz a probabilidade de falhas mecânicas que podem resultar em desvios e paradas não planejadas. Ao manter os veículos operando de forma eficiente, as empresas podem prolongar a vida útil das frotas e assim reduzir a necessidade de renovação de veículos e a busca por novas aquisições, o que também tem um impacto positivo na pegada de carbono.

A previsão de demanda é outra área onde a IA pode fazer uma diferença importante. Com a análise de dados, é possível analisar tendências de mercado, comportamentos de consumo e outros indicadores para prever a demanda futura com maior detalhamento. Essa previsão permite que as empresas logísticas planejem com antecedência, evitando o transporte desnecessário de mercadorias e reduzindo o número de viagens e, consequentemente, as emissões de carbono associadas. Uma previsão mais precisa também pode melhorar a gestão de inventários, reduzindo a necessidade de armazenamento prolongado e os custos energéticos associados.

O impacto positivo da IA no planejamento logístico e na redução de emissões de CO2 já está a ser comprovado por vários estudos. Estima-se que a adoção de tecnologias avançadas pode reduzir as emissões de carbono no setor de transporte e logística em até 30% até 2030, de acordo com o relatório da McKinsey & Company, publicado em 2021.

Portanto, a implementação de inteligência artificial no setor logístico eleva a eficiência operacional das empresas e também fornece um serviço mais ágil e preciso aos consumidores. Além disso, essa tecnologia desempenha um papel crucial na diminuição das emissões de carbono, promovendo um futuro mais sustentável. A adoção estratégica dessa inovação se mostra, assim, essencial para avançar tanto em competitividade como em responsabilidade ambiental, beneficiando empresas, consumidores e o planeta.

 

*Javiera Lyon é Country Manager da Simpliroute, empresa de tecnologia para o setor de logística.

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