Da eficiência à sustentabilidade: 5 tecnologias que vão impulsionar o atacado distribuidor em 2025

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Da eficiência à sustentabilidade: 5 tecnologias que vão impulsionar o atacado distribuidor em 2025
 

*Por Rafael Martins

Com crescimento acelerado e perspectivas positivas, o atacado distribuidor está em um momento promissor no Brasil. O setor registrou um crescimento acumulado de 8,7% em 2024 em relação a 2023, de acordo com o Termômetro ABAD NielsenIQ. Somente em dezembro de 2024, o crescimento foi de 8,6% comparado ao mesmo período do ano anterior.

Esse desempenho reflete não apenas as boas perspectivas, mas também a importância da inserção de uma cultura de transformação tecnológica e cultural com ênfase na otimização de operações, o que levará à redução de custos, além de impulsionar a competitividade no segmento.

Para apoiar nessa jornada de mudança transformadora, cinco tecnologias indispensáveis estão elencadas abaixo.

Logística sustentável – a descarbonização do setor, devido à sua dependência fundamental do transporte, é uma tendência central no segmento atacadista para 2025. Segundo a McKinsey, a demanda por serviços logísticos verdes deve atingir US$ 50 bilhões em 2025, representando cerca de 2% do gasto total em logística. Até 2030, essa cifra pode chegar a US$ 350 bilhões.

Para atender às exigências de clientes e reguladores, empresas estão investindo em tecnologias de baixo carbono e estratégias de eficiência energética. Sensores IoT (Internet of Things) aplicados a veículos e armazéns permitem o monitoramento em tempo real do consumo de combustível, eficiência energética e condições de transporte. Outro exemplo são os centros logísticos automatizados, que utilizam robôs e sistemas de separação para reduzir o consumo de energia e otimizar a armazenagem. Além disso, muitos armazéns adotam painéis solares e iluminação LED para diminuir o gasto energético.

Inteligência Artificial (IA) para análises preditivas – o uso da IA aplicada às análises preditivas é uma tendência crescente. Empresas do setor atacadista devem trabalhar com IA para prever demandas, estimar vendas e faturamento, e otimizar estoques. Além disso, a integração da ferramenta com Aprendizado de Máquina (Machine Learning) está se tornando mais sofisticada, permitindo análises mais precisas de grandes volumes de dados e, consequentemente, possibilitando às distribuidoras identificar tendências, mitigar riscos e tomar decisões mais assertivas em tempo hábil.

Omnicanalidade B2B – no atacado distribuidor, investir em e-commerce é fundamental para atender às novas demandas do comprador B2B (Business-to-Business), que frequentemente inicia sua pesquisa em um canal e finaliza a compra em outro. Sem uma estratégia bem estruturada, essa transição pode se tornar confusa e frustrante, resultando na perda de oportunidades de venda. Por outro lado, quando a experiência é integrada, o cliente se sente valorizado, com acesso rápido a informações sobre pedidos, histórico de compras e suporte ágil em qualquer plataforma. Essa abordagem não apenas melhora a jornada do comprador, mas também fortalece o relacionamento e aumenta a fidelização, fatores essenciais para a competitividade do atacado distribuidor no mercado atual.   

Roteirização de entregas – o varejista quer cortar custos de armazenamento, ao mesmo tempo que busca evitar a ruptura de gôndola em sua loja. Para isso, ele espera que atacadistas e distribuidoras ofereçam tempos de entrega cada vez menores. Tecnologias como roteirização de entregas e gerenciamento das atividades dos motoristas podem ajudar o setor de abastecimento a atender essa mudança.

Um roteirizador eficiente otimiza o espaço dentro do caminhão, evitando que a área de carga seja subutilizada, e cria rotas que melhoram o tempo do motorista, aproveitando um mesmo trajeto para realizar várias entregas. Os resultados são custos economizados com combustível, manutenção da frota (uma vez que rodará menos) e aumento da produtividade do motorista.

Análise de dados – a análise de dados no atacado é uma ferramenta estratégica essencial para otimizar processos, tomar decisões mais assertivas e aumentar a competitividade no mercado. Por meio da coleta e interpretação de informações sobre vendas, estoque, comportamento dos clientes e tendências de mercado, os atacadistas conseguem identificar padrões de consumo, prever demandas e ajustar seus estoques de forma mais eficiente. Isso não só evita perdas com produtos parados ou vencidos, como também melhora o atendimento ao cliente ao garantir a disponibilidade dos itens certos no momento certo. Além disso, a análise de dados permite precificar de forma mais competitiva, planejar promoções direcionadas e identificar oportunidades de expansão, contribuindo para maior rentabilidade e crescimento sustentável do negócio.

Ao mesmo tempo em que a jornada do segmento atacadista em 2025 será desafiadora, ela também apresenta oportunidades para empresas que souberem se adaptar às tendências. A adoção dessas mudanças é mais que uma escolha estratégica, é uma necessidade para enfrentar a concorrência crescente e as exigências do mercado. Com planejamento e investimentos certos, o segmento atacadista pode prosperar, aproveitando benefícios como redução de custos, precisão nas decisões e redução da pegada de carbono.
 

*Rafael Martins é CEO (Chief Executive Officer) da MáximaTech, líder em soluções de força de vendas, trade marketing e logística para a cadeia de abastecimento.