LOGÍSTICA FARMACÊUTICA INTERNACIONAL: 3 PRINCIPAIS DESAFIOS DO SETOR

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LOGÍSTICA FARMACÊUTICA INTERNACIONAL: 3 PRINCIPAIS DESAFIOS DO SETOR

O transporte internacional para a área da saúde é rigoroso e precisa atender às rígidas regras mundiais de fabricação, armazenagem, transporte e distribuição. Será que o Brasil está preparado?

O Brasil é o sexto maior mercado farmacêutico do mundo, e se encontra em expansão desde antes da pandemia. Em 2018 alcançou 75 bilhões de euros em volume de mercado e segundo uma estimativa da consultoria Grand View Research, o mercado de logística farmacêutica registrará um crescimento global de 3,5% a cada ano até 2025.

E com uma demanda crescente, a melhor opção para gerenciar, é uma logística bem estruturada que atenda todas as necessidades do mercado. Além disso, é necessário assegurar os padrões de qualidade estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão responsável por fiscalizar  e regular todas as atividades da cadeia de logística farmacêutica.

Para Jackson Campos, Diretor de Mercado Farmacêutico, “se falarmos especificamente de logística nacional existem diversos complicadores como extensão geográfica brasileira, problemas de infraestrutura, ausência de ferrovias, áreas e difícil acesso. No caso da logística internacional a demanda é ainda mais complexa, uma vez que dependemos de insumos externos para a fabricação de diversos medicamentos, bem como para produzir embalagens, rótulos e disseminação dos produtos” – alerta.  

Independente do modal, a logística para a área da saúde é rigorosa e precisa atender às rígidas regras mundiais de fabricação, armazenagem, transporte e distribuição. Ainda de acordo com Campos, para iniciar um processo de importação é preciso ter soluções completas e compreender cada uma destas etapas é o que garante o abastecimento mundial de remédios, medicamentos e vacinas. “As etapas são complexas, exigem conhecimento, dedicação e principalmente capacidade analítica de todos os departamentos” – reforça.

Pensando nisso, o presidente eleito, Luis Inácio Lula da Silva (PT) em uma recente declaração disse que quer mais medicamentos nacionais e vai investir na reindustrialização desse setor, visando atrair empresas estrangeiras para investir no país. E embora este seja o cenário ideal, Jackson Campos alerta que para isso, é necessária uma reforma tributária completa para atrair mais investimentos. “Muitos produtos são importados, não só medicamentos. Então além de um forte incentivo tanto para empresas públicas quanto privadas no ramo farmacêutico, é necessário rever todos os processos antes de pensar em reduzir a dependência de medicamentos, mas sim estratégias que abranjam outras áreas, como máquinas, transportes e embalagens”.

Enquanto isso não acontece, o especialista em importação, exportação, comércio exterior e lobby dentro da logística farmacêutica internacional destaca os principais desafios no setor, para 2023, veja:

Boas práticas no transporte de medicamentos: Os medicamentos precisam chegar aos pacientes em tempo hábil e em boas condições. Nesse cenário, o modal aeroviário é o mais apropriado por sua agilidade e segurança, e por apresentar poucas complicações logísticas em comparação ao transporte terrestre. O especialista ainda ressalta a importância do controle de temperatura e umidade de cada medicamento, independente do modal, isso porque qualquer procedimento inadequado nesta etapa pode comprometer a eficácia dos produtos fármacos e causar problemas de saúde aos consumidores, além de prejuízo na indústria. E para evitar que o transporte afete a integridade dos medicamentos, é preciso realizar um acompanhamento severo desde a saída até o seu destino final. 

Equipe qualificada: A logística farmacêutica é um segmento muito específico e necessita da atenção e do empenho de todos os envolvidos. Os profissionais precisam estar aptos e capacitados para seguir todos os protocolos exigidos, desde o processo de armazenamento até a entrega.

Automatização nos processos: A busca por maior eficiência e competitividade tem levado a indústria farmacêutica a procurar cada vez mais a automação dos processos. Campos aponta que devem ser usados sistemas de alta tecnologia no segmento para acompanhar  o escoamento de medicamentos, principalmente em momentos de alta necessidade, como na pandemia.

Sobre o Jackson Campos: Diretor do Mercado Farmacêutico e de Relações Governamentais na AGL Cargo. autor do livro Venda por telefone sem precisar visitar: Um guia para serviços de comércio exterior, Campos atua com comércio exterior e relações governamentais há anos, o que que o coloca em posição de destaque para abordar quaisquer desdobramentos relacionados à importação, exportação, comércio exterior e lobby dentro da logística farmacêutica internacional. O especialista que também é Fellow do CBEXs possui facilidade em explicar todos os processos e etapas que fazem parte do ciclo de vida de um determinado produto, desde a movimentação de seus insumos até a sua entrega no cliente, desvendando dados, estatísticas e revelando os percalços do comércio exterior. Saiba mais em: www.jacksoncampos.com.br