| São Paulo, 8 de julho de 2025 – O mercado de galpões logísticos na América Latina vive um momento de expansão, com crescimento de 25% nos últimos três anos. Impulsionado pelo avanço do e-commerce durante a pandemia de COVID-19 e pelo nearshoring, o setor tem registrado queda na vacância e aumento nos preços médios de aluguel na região como resposta à demanda aquecida. Os dados são do relatório Annual Latin America Industrial Market Overview 2025, realizado pela JLL.
O levantamento, que analisou 17 pólos de galpões em 11 países, revela que 15 desses mercados registram taxa de vacância abaixo de 10%, sendo a média da região de 7,2%. “O estoque atual de condomínios logísticos não é suficiente para suprir a demanda. Assim, a perspectiva é que a taxa de vacância permaneça baixa na maioria dos locais”, aponta André Romano, gerente da divisão Industrial e Logística da JLL.
“Vale destacar que esse tipo de empreendimento permite que investidores e proprietários construam com mais agilidade se compararmos com o setor de escritórios, por exemplo. Isso tem feito com que muitos galpões tenham sido entregues pré-locados, atendendo as necessidades específicas de determinados ocupantes”, analisa o especialista.
Outro indicador de aquecimento é o preço médio dos aluguéis. A região registrou um aumento de 3,2% desse índice. A Cidade do México destacou-se como o mercado com maior elevação, com 20%, seguida de Tijuana, 19%. O valor médio de aluguel por metro quadrado em condomínios logísticos de alto padrão na América Latina é de U$6,9.
No mercado brasileiro, os preços aumentaram 11,6% no último ano, mas devido a volatilidade da moeda local, o preço em dólar ficou mais barato.
América Latina em contrastes
México e Brasil são os países mais representativos no mercado logístico latino-americano. De um total de 87 milhões de m² pesquisados, são responsáveis por 48% e 28% do estoque, respectivamente. Com 17,6 milhões de m², São Paulo é o maior pólo da região. Por outro lado, República Dominicana, Guatemala e Panamá, ambos localizados na América Central, têm uma participação menor, com menos de 1 milhão de m² cada.
Na contramão dos demais pólos pesquisados, Minas Gerais apresentou aumento na vacância, que terminou 2024 em 13,6%. “Isso se deve à expansão desse mercado, que vem ganhando cada vez mais importância logística no Brasil. A proximidade com áreas altamente populosas e a presença de boa infraestrutura tem atraído ocupantes para cidades como Extrema, por exemplo. Dessa forma, espera-se que a vacância entre em queda no estado nos próximos trimestres”, avalia Rafael Picerni, analista de Pesquisa e Estratégia da JLL.
O estudo ainda detalha as práticas de locação e venda em diferentes países, incluindo termos de contrato, unidades de medida e taxas de agência. Também pontua condições de mercado que variam significativamente entre os países, refletindo as particularidades econômicas e regulatórias de cada um.
De forma geral, as expectativas para a região são positivas. “A combinação de alta demanda e estoque qualificado limitado disponível está elevando os preços dos aluguéis na América Latina como um todo, indicando um momento de crescimento que deve continuar no curto e médio prazo na maioria dos mercados analisados”, finaliza Picerni.
Acesse o relatório Annual Latin America Industrial Market Overview 2025 aqui.
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