A projeção é de que o Porto de Santos passe a movimentar cerca de 150 milhões de toneladas em 2020. Para atender este aumento de fluxo, a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) vem projetando alternativas para que um sistema multimodal atenda o maior complexo do Brasil e da América Latina. “Não há como fazer isso transportando contêineres apenas em caminhões”, afirmou o presidente da Codesp, José Alex Oliva, durante a Intermodal South America.
Uma dessas alternativas é o modal hidroviário, que caminha para a implantação em breve. As etapas de conceito, avaliação, balizamento do canal, regramento da atividade e homologação pela Marinha já foram concluídos. As bases logísticas da hidrovia ficarão no Canal de Piaçaguera e Ponta da Praia. “Meu objetivo é ver barcaças de até 350 contêineres cruzando o estuário”, frisou Oliva. Também será possível fazer a travessia de uma margem à outra do Porto.
A próxima etapa será a publicação em breve no Diário Oficial para viabilizar o cadastramento dos interessados em utilizar o novo modal de transporte no Porto de Santos. “Fizemos nossa parte com o oferecimento da infraestrutura necessária, agora cabe ao meio empresarial aderir à iniciativa que cria uma opção inédita para transporte de cargas na região do Porto de Santos”, informou o presidente da Codesp.
Porto Central Quem também trouxe novidades para esta edição foi o complexo industrial portuário privado Porto Central, que fica localizado em Presidente Kennedy, no sul do Espírito Santo. O diretor presidente da empresa, José Maria Novaes, anunciou que o Ibama emitiu na semana passada a licença de instalação, o último documento que faltava para o início da construção das primeiras instalações.
“Agora, pela parte técnica, estamos aptos para começar as obras do complexo portuário”, afirmou. O Porto Central tem previsão de término em até quatro anos. O projeto será responsável por construir a infraestrutura portuária básica, como um canal de acesso de 25 metros de profundidade, quebra-mar, cais e vias de acessos internos. Os terminais terão uma área de 2.000 hectares para construir e operar suas atividades.
“O objetivo do projeto é que o Porto possa receber os maiores navios do mundo que atendem as principais rotas comerciais globais”, completou Novaes. Esta primeira etapa envolve um investimento de aproximadamente R$ 4 bilhões.