Transformação digital e metaverso têm papel relevante no processo de inovação
Especialista em gestão estratégica afirma que mudanças exigem
nova abordagem e um rearranjo dentro das organizações
Nestes últimos cinco anos, muito se tem falado sobre transformação digital. Mais do que isto, a pandemia de Covid-19 acelerou vários processos na medida em que inúmeras empresas foram obrigadas a adotar o trabalho remoto para não interromper os negócios, bem como as escolas tiveram de se adaptar a outro jeito de dar aula — que já existia há muito tempo, mas ainda era pouco explorado. É preciso reconhecer que a transformação digital tem papel relevante no processo de inovação das empresas.
Entre tantas transformações, o metaverso é destaque no estudo apresentado pela Accenture sobre tendências tecnológicas para 2022, sob argumento de que essa tecnologia se aplica a todos os aspectos do negócio, do consumidor ao trabalhador e em toda a empresa. Da realidade para o virtual e vice-versa, bem como do 2D para o 3D. Também se aplicará da nuvem e inteligência artificial à realidade estendida, blockchain, gêmeos digitais, tecnologias de ponta e muito mais.
Como a próxima evolução da internet, o metaverso criará oportunidade para um sem-fim de recursos, casos de uso, tecnologias e experiências que emergem rapidamente, transformando a forma como as empresas interagem com os clientes, como o trabalho é feito, quais produtos e serviços as empresas oferecem, como os fabricam e distribuem e como operam suas organizações. Tudo isso é inovação.
“Novas tecnologias e fornecedores digitais estratégicos permitem que as organizações transformem e gerem novas oportunidades de mercado de forma proativa. Mas, para serem bem-sucedidos, esses novos tipos de relacionamento exigem um novo alinhamento de processos, crenças, visão e estratégia corporativa. A colaboração só funcionará quando todas as partes reconhecerem a importância da nova parceria, alinharem seus objetivos e sistemas de incentivos adequadamente, e formarem uma relação de confiança e colaboração”, diz Rodrigo Miranda, diretor de operações da G.A.C. Brasil.
Segundo o consultor, não raro, as empresas têm enfrentado tensões internas quando se trata de explorar inovações tecnológicas — o que leva à necessidade de desenvolver o contexto intraorganizacional de modo mais eficiente. “É importante reconhecer que investir na transformação digital requer novas abordagens para o desenvolvimento da estratégia e a ancoragem da gestão da inovação. Mas, uma vez consolidado esse alinhamento, todos só têm a ganhar”.
Uma das ações facilitadoras desse processo é a elaboração de um roadmap tecnológico. Trata-se de um mapa do projeto de tecnologia que atua como guia, apontando os caminhos mais adequados para o desenvolvimento ou aplicação de novas tecnologias, e ainda colabora para que os objetivos estratégicos sejam atingidos. A utilização de rotas tecnológicas, como suporte ao planejamento de projetos de pesquisa e desenvolvimento também é fundamental, bem como a gestão do portfólio dos projetos de inovação — que propicia maior assertividade e alinhamento entre as demandas e as evoluções mercadológicas, as metas organizacionais e as decisões que permeiam os projetos da empresa.
A transformação digital está conduzindo os negócios para o próximo nível. As inovações tecnológicas envolvem novas combinações de componentes digitais e físicos para criar produtos, serviços e processos inovadores e disruptivos baseados em novos modelos de negócios — e de criação de valor. “Não é exagero dizer que metaverso, inteligência artificial (AI), big data, machine learning, blockchain, multicloud, indústria 4.0, internet das coisas (IoT), casas inteligentes, cidades inteligentes, carros inteligentes e medição inteligente podem mudar muito as cadeias de valor e os modelos de negócios. Estamos entrando na era da rapidez, quando há necessidade de ser inovador para acompanhar a velocidade dos novos desenvolvimentos de produtos e serviços”, diz Miranda.
Vale ressaltar que inovações baseadas em tecnologias digitais permitem o compartilhamento de insumos e recursos, como carros, ferramentas e acomodações. Elas estão revolucionando os mercados tradicionais, como mídia e entretenimento, aluguel e venda de automóveis e hotéis e hospitalidade, entre outros. “Na medida em que a inovação digital se desenvolve, uma gama enorme de produtos e serviços vai descobrindo como a tecnologia pode gerar novas oportunidades e explorar outras funcionalidades por meio de atualizações ou novas conexões. Por outro lado, é preciso encarar os desafios internos de controle e desempenho, já que a inovação possibilitada pela transformação digital é praticamente irrestrita”, avalia o especialista em inovação.
Fonte: Rodrigo Miranda, diretor de operações da G.A.C. Brasil
*A G.A.C. Brasil é uma consultoria internacional especializada na gestão estratégica e fomento da inovação, que integra o G.A.C. Group (Global Approach Consulting Group) — com sede na França e presente também na Alemanha, Canadá, Romênia e Singapura. No Brasil, tem unidades em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, embora atue em todo território nacional desde 2011.
A consultoria opera em um contexto de acelerações e desafios permanentes, ajudando líderes de projetos, empresas de todos os portes, organizações públicas e todo o ecossistema a encontrar e desenvolver soluções inovadoras e eficientes com um impacto positivo, inclusivo e sustentável.