Distribuidores e varejistas do setor de bebidas podem ter economia de pelo menos 28% ao adotar pooling de paletes para distribuição de mercadorias

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Distribuidores e varejistas do setor de bebidas podem ter economia de pelo menos 28% ao adotar pooling de paletes para distribuição de mercadorias

Pesquisa demonstra que compartilhamento de paletes é a escolha mais racional para distribuidores e varejistas do setor de bebidas, mercearia e limpeza, oferecendo economia e segurança operacional

 São Paulo, julho de 2024 – Estudo recente conduzido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que a utilização de modelo de pooling de paletes para transporte é a opção mais racional para empresas que distribuem mercadorias. Especialmente nos setores de bebidas, mercearia e limpeza, essa abordagem apresenta benefícios significativos em comparação com os modelos tradicionais de paletes descartáveis ou retornáveis, pois, ao promover um modelo de economia circular com o compartilhamento e reutilização de equipamentos, além da maior segurança e eficiência operacional, contribuem para a sustentabilidade e redução de desperdícios.

De acordo com a pesquisa, a adoção do sistema de pooling pode resultar em uma economia de pelo menos 28% para varejistas de bebidas em entregas diretas do fornecedor para o ponto de venda, sem passar por um centro de distribuição. Quando as mercadorias necessitam passar pelos centros de distribuição, essa opção apresenta um custo mais baixo (cerca de 37%). Nos setores de limpeza e mercearia, os ganhos são igualmente significativos, com uma economia de pelo menos 25% e 28%, respectivamente, em entregas diretas aos pontos de venda.

Apesar do custo de movimentação com paletes descartáveis ser ainda menor (cerca de 63%), as empresas optam por evitar este tipo de palete devido ao maior risco de quebras, de acidentes na operação, baixa qualidade e potencial de danos às mercadorias.

Orlando Cattini Junior, professor associado do Departamento de Produção e Operações da FGV EAESP e coordenador do estudo, ressalta: “Em diversos cenários, a utilização de paletes branco (PBR) tem se mostrado mais dispendiosa para varejistas e distribuidores em comparação ao palete descartável ou de one-way. No entanto, a adoção do sistema de pooling, que rastreia a origem e destinação dos paletes, traz uma série de benefícios para as empresas e para a sociedade, como segurança das mercadorias e promoção da economia circular. Esses tópicos ajudam a mostrar porque essa seria a escolha mais racional para os distribuidores e para os varejistas. Vale ressaltar que a escolha do tipo de palete é realizada pelo fornecedor/indústria ao entregar a mercadoria para o distribuidor.”

Os ganhos do pooling apontados pelo estudo se traduzem em maior segurança durante o armazenamento e manuseio das mercadorias, reduzindo os riscos de danos e problemas operacionais. Isso se deve à maior robustez e durabilidade dos paletes utilizados, bem como aos custos logísticos reduzidos, uma vez que não oferecem aos distribuidores e varejistas aquelas despesas relacionadas à gestão, manutenção e reparo.

Outras vantagens do pooling incluem uma melhor gestão por parte do fornecedor, graças à emissão de notas fiscais que permitem um controle mais adequado dos paletes, e uma redução no tempo de armazenamento nos centros de distribuição.

Elaboração da pesquisa

A pesquisa envolveu a análise detalhada dos custos operacionais ao longo do ciclo de vida de um palete, considerando três tipos de operações: paletes retornáveis (via compra), paletes retornáveis de pooling (via aluguel como serviço) e paletes descartáveis. Entrevistas com empresas dos setores analisados também foram conduzidas para compreender a aplicação prática desses conceitos.

Cattini enfatiza que o modelo de pooling de paletes oferece vantagens únicas, como o compartilhamento de recursos em prol da natureza e a absorção de parte dos custos operacionais pelo operador do sistema de pooling. “Outra vantagem do pooling é que o fabricante não precisa gastar com CAPEX. Ao invés de fazer a compra de ativos, ele pode alugar os paletes como serviço”, complementa Cattini. Além disso, ele destaca que, para garantir eficiência e sustentabilidade, é importante observar a utilização de madeira 100% certificada na produção dos paletes, bem como medidas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e promover o reaproveitamento de recursos.