Indústria de veículos, leves e pesados, desperdiça R$ 47 bi por ano, aponta estudo

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Indústria de veículos, leves e pesados, desperdiça R$ 47 bi por ano, aponta estudo

As perdas se referem à chamada “capacidade oculta” – potencial de produtividade não aproveitado por falta de inovação tecnológica na gestão do chão de fábrica. Levantamento é da startup Cogtive

Um levantamento da startup brasileira Cogtive aponta que a indústria de veículos, tanto leves quanto pesados, do Brasil perde R$ 47 bilhões por ano, por desperdício de seu potencial produtivo. É a chamada “capacidade oculta”. Ainda de acordo com o estudo, se esse potencial fosse aproveitado, o incremento da produtividade no setor poderia chegar a ser na casa de 30%.

A Cogtive desenvolve um software baseado em inteligência artificial e internet das coisas para processos produtivos na indústria de manufatura. A solução oferece, em tempo real, dados e informações sobre o andamento da produção no chão de fábrica, antevendo gargalos e riscos. Com isso, os gestores têm acesso de forma rápida a diagnósticos que subsidiam a tomada de decisões que impedem panes e paralisações na linha de produção.

As perdas da indústria automotiva nacional correspondem a mais de um terço dos R$ 500 bilhões desperdiçados pela indústria brasileira como um todo, segundo o mesmo levantamento. Esse montante equivale a 5% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) do país. “Constatamos que a maioria das indústrias operam com capacidade 30% abaixo do esperado por não avaliar de maneira correta  onde estão seus principais gargalos, e possíveis pontos de melhoria na produção”, assinala o fundador e CEO da Cogtive, Reginaldo Ribeiro.

Reginaldo Ribeiro, CEO da Cogtive 

Essa capacidade aquém do potencial decorre de paradas evitáveis das linhas de produção, má gestão de processos, baixa performance dos ativos e falhas na alocação da mão de obra. Problemas que podem ser prevenidos e combatidos com soluções de tecnologia da informação, como inteligência artificial e hiperautomação, na gestão dos processos, conforme sublinha o executivo.

A capacidade oculta, explica Ribeiro, é diferente da capacidade ociosa. “Enquanto a capacidade ociosa está relacionada à demanda inferior à capacidade de produção em uma determinada indústria, a capacidade oculta é aquela potencial, porém escondida, por falta de dados, informações, conhecimento e gestão ineficiente dos processos.”

O CEO da Cogtive acrescenta: “Quando aproveitada, a capacidade oculta faz com que o que se está produzindo possa ser feito em menos tempo, ou, caso haja demanda, o que se produza naquele tempo possa ter um volume muito maior”. Dessa forma, aumenta-se a produtividade e, por consequência, incrementam-se os resultados.

Ribeiro ilustra os efeitos: “Caso o potencial oculto das fábricas fosse explorado, o acréscimo seria de 5,6% no PIB brasileiro, com um grande impacto na economia e até mesmo mais ofertas de trabalho, renda e aquecimento de investimentos vindos do exterior”.

Além dos R$ 47 bilhões apurados na indústria automotiva, o levantamento traz cálculos ligados a outros setores. Por exemplo, na indústria de alimentos e bebida, em que a capacidade oculta chega a 55,32% (R$ 276 bi de perdas); na farmacêutica, 9% (R$ 45 bi desperdiçados); higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, 7% (R$ 36 bi); e tintas e vernizes, com 0,54% (R$ 3 bi).

SOBRE A COGTIVE

A Cogtive nasceu em Anápolis (GO), em 2016, como uma empresa de SaaS (Software as a Service). Atualmente, está sediada no Cubo, em São Paulo, e no ano passado foi vencedora do Pitch LTNtech, competição para startups latino-americanas em estágio inicial realizada em Michigan pela 1871, uma das principais aceleradoras dos Estados Unidos.

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