Indústria digital: tão positiva quanto complexa 

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Indústria digital: tão positiva quanto complexa 

Eneas Zamboni*  

A indústria sempre teve sua logística preparada para atender as necessidades do segmento B2B, com operações voltadas para grandes volumes e escalas, ao mesmo tempo que a produção e a entrega visavam grandes quantidades.  

Contudo, nos últimos tempos, observo a digitalização das indústrias e a criação de um novo modal que torna os parques fabris cada vez mais próximos do consumidor. É o chamado D2C (Direct to Consumer), que chega com força mostrando novos modelos de negócio nos quais as fabricantes ofertam produtos diretamente para quem compra, sem o envolvimento de atacadistas, varejistas ou até mesmo de lojas físicas. 

A era digital trouxe consigo a facilidade de acesso das indústrias ao público B2C e indicou que ela pode ser um diferencial para mudar status quo da logística indústrial. São muitas possibilidades de novas fontes de receita, afinal, ao eliminar intermediários, as marcas também podem reduzir custos de distribuição e obter mais controle sobre a margem de lucro. 

Entretanto, a facilidade de não ter intermediários é tão positiva quando complexa: não é simples fazer logística pulverizada em um país como Brasil, que além de imenso possui tantas peculiaridades geográficas. Se considerarmos abranger outros países, fica mais difícil ainda. Fazer entregas unitárias e fracionadas só é possível quando a malha logística é planejada para isso.  

Para sobreviver a essa tendência que já se torna realidade e posicionar-se na vanguarda, é preciso muita inteligência logística. E não só isso: é preciso valorizar o perfil de quem faz essa entrega, porque o entregador faz toda a diferença no processo. 

Engana-se quem pensa que pode deixar para depois: o momento de ingressar neste novo modelo é agora, uma vez que ele promete reduzir as distâncias em todo o globo nos próximos anos. 

A tecnologia logística representa um grande diferencial para colocar em prática o D2C com qualidade. Vale lembrar que, com a indústria digital, integrar a logística é primordial para preparar as mercadorias e levar o produto ao comprador. Diante disso, o fulfillment é um recurso muito importante, já que a terceirização do serviço de armazenamento do estoque e de entrega garante mais expertise no fluxo logístico e possibilita disponibilidade imediata dos produtos ao consumidor onde eles estiverem. 

As indústrias que se preparam e atualizam sua logística para se encaixar neste movimento dão um grande passo para atender o consumidor de forma fluida e competente (aliás, quem compra está cada vez mais exigente com prazos). A indústria digitalizada preparada com uma logística inteligente é capaz de trabalhar com maestria sua malha logística em um país continental como o nosso. Ela sabe de antemão onde e como vai estocar os produtos de forma eficaz, considerando a demanda, e vai estar atenta aos custos fixos para mantê-los competitivos. 

Estimo que, dentro de dois anos, teremos um cenário bem mais avançado no que diz respeito à indústria digital. Vejo um mercado mais seletivo, onde o b2c é representado pela indústria e está próximo ao consumidor final, com processos tecnológicos cada vez mais integrados e logísticas diferenciadas com foco no consumidor final.  

Vejo também o cross border (comércio sem fronteiras), devido à facilidade de acesso a produtos para outros países graças aos processos mais simples e práticos. Sem dúvida, nos próximos anos, o mundo ficará menor e adquirir itens internacionais será muito mais fácil e amigável para o consumidor final. É para isso que pensamos logística. 

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