Especialista em logística farmacêutica explica como funciona o processo de armazenamento e transporte de vacinas durante períodos de alta movimentação
Durante períodos de alta demanda, como campanhas de vacinação em massa ou surtos de doenças, os desafios logísticos podem se intensificar.
Com o aumento da demanda por vacinas em todo o mundo, a eficiência da logística por trás de sua distribuição tornou-se cada vez mais em voga no momento. O armazenamento e transporte adequados desempenham um papel importante na manutenção da eficácia das vacinas, especialmente durante períodos de alta movimentação.
As vacinas, devido à sua sensibilidade às condições de temperatura, requerem cuidados especiais durante o armazenamento. Muitas delas exigem temperaturas específicas para manter sua eficácia. Por exemplo, as vacinas contra a COVID-19, como a Pfizer-BioNTech, requerem um armazenamento nas temperaturas de 2º Celsius a 8ºC por até cinco dias, enquanto outras podem ser armazenadas em temperaturas mais elevadas, como a vacina da Moderna, que necessita de cerca de -20°C. Para garantir a integridade das vacinas, são utilizados equipamentos de refrigeração de última geração, como freezers especiais e caixas térmicas, que são monitorados constantemente para garantir que as temperaturas ideais sejam mantidas.
“Se falarmos especificamente de logística nacional existem diversos complicadores como extensão geográfica brasileira, problemas de infraestrutura, ausência de ferrovias, áreas e difícil acesso. No caso da logística internacional a demanda é ainda mais complexa, uma vez que dependemos de insumos externos para a fabricação de diversos medicamentos, bem como para produzir embalagens e rótulos” – alerta Jackson Campos, Diretor de Relações Instrucionais na AGL Cargo.
Ainda segundo o especialista, o transporte das vacinas é uma etapa delicada do processo logístico. Durante o transporte, as vacinas devem ser protegidas contra mudanças de temperatura, danos físicos e exposição a luz solar direta. Para enfrentar esses desafios, são utilizadas embalagens isoladas e refrigeradas, que mantêm as temperaturas estáveis durante todo o trajeto. Além disso, as rotas de transporte são cuidadosamente planejadas para minimizar o tempo de trânsito e garantir a entrega rápida e segura das vacinas aos destinos.
“Os medicamentos não são mercadorias comuns e exigem cautelas especiais durante as operações logísticas, e nesse cenário, os processos de armazenamento de medicamentos estão entre as maiores preocupações” pontua Campos, e complementa “Durante períodos de alta demanda, como campanhas de vacinação em massa ou surtos de doenças, os desafios logísticos podem se intensificar. O aumento repentino na demanda pode sobrecarregar as cadeias de suprimentos existentes, levando a atrasos na entrega e até mesmo a rupturas no abastecimento”.
