BPO em compras, uma escolha estratégica

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BPO em compras, uma escolha estratégica

Igor Franco e Vivian Torchia*

Se nós – empresas, gestores e colaboradores em geral – precisamos dar conta de tantos entregáveis dentro de prazos que nem sempre estão dentro do que consideramos ideal, é fundamental que saibamos priorizar atividades estratégicas e competências, dando foco para nosso produto principal. Embora esta seja uma constatação antiga, ela volta a ser tema de discussão por conta da onda cíclica que vive o BPO (Business Process Outsourcing), ou simplesmente terceirização, dentro das empresas.

De tempos em tempos, empresas decidem investir em projetos de terceirização para entregar-se completamente ao seu core business; entretanto, quando há uma crise e surge a necessidade de economizar, a mesma empresa opta por contratar uma equipe júnior para efetuar o mesmo serviço que antes vinha sendo realizado por um parceiro especialista. Obviamente, o resultado fica abaixo do esperado: perde-se a eficiência e entende-se que o barato saiu caro. Novamente, conforme muda a gestão, uma nova mentalidade resolve fazer diferente, adotar novamente o BPO e o ciclo se reinicia.

O drama é sempre o mesmo: parte da demanda realizada pelo setor de compras não agrega valor estratégico para a empresa. Para se ter uma ideia, um levantamento feito pela consultoria da Nimbi revelou que 60,3% das atividades realizadas por compradores podem podem ser terceirizadas e/ou automatizadas por plataformas de E-Procurement ou por robôs (e preferencialmente, por ambos).

Normalmente, quando as empresas percebem isso, acabam fazendo investimentos vultosos em soluções que supostamente deveriam otimizar os processos, mas são implementados de forma não planejada, e acabam não trazendo todos os benefícios esperados. No fim, mesmo após investimentos massivos, gestores veem seus compradores de elite ainda absorvidos por demandas da curva C e long tale, e deixando de lado (ou sem a devida atenção) demandas estratégicas para a companhia.

Conforme os resultados não vão aparecendo, as iniciativas de BPO voltam à voga para dar aos gestores a possibilidade de atender seus clientes internos nas demandas de compras com maior eficiência e velocidade, mas com empresas que têm foco nesse universo. Elas entregam inteligência, otimização de processos, redução de lead times, diminuição do custo de comprar, saving e maximizam resultados por meio de práticas atualizadas no mercado. Ao gestor de Compras, cabe mergulhar neste universo e saber selecionar parceiros que possam contribuir para o desafio em tornar a área de compras mais estratégica e eficiente, gerindo os parceiros por meio de KPIs relevantes aos seu negócio.

Para chegar neste nível de inteligência, é importante analisar a demanda de cada empresa, para então desenhar junto aos envolvidos internos e o parceiro BPO a solução mais aderente ao cenário daquela empresa, pois não existe uma receita e cada operação tem suas particularidades. O BPO possui a habilidade de alinhavar fornecedores e demandas do seu cliente, com estratégias específicas para mais resultados.

É fundamental realizarmos uma reflexão sobre o contexto no qual as empresas estão inseridas atualmente para que possamos perceber a contribuição do BPO atrelado a tecnologias inovadoras para os negócios. Vemos muitas delas dominadas por questões operacionais que surgem diariamente – e o mesmo ocorre com seus colaboradores. Assim, todos acabam dedicando menos energia para as atividades-fim, aquelas que, de fato, são mais estratégicas e exigem maior envolvimento.

Sempre existe a necessidade de uma gestão mais eficiente, associada à busca pela inovação – de produtos, processos e modelos de negócio. Mas não há tempo para cuidar de tudo e, muitas vezes, a insegurança está presente, pois não há subsídios suficientemente robustos para embasar uma decisão. Por que não delegar? Um BPO estratégico é a solução.

*Igor Franco é sócio da Nimbi e Vivian Torchia é gerente comercial da Nimbi

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