LOGÍSTICA REVERSA, O TEMPO E AGORA!

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LOGÍSTICA REVERSA, O TEMPO E AGORA!

 Atualmente, as empresas têm presenciado as alterações, valores e ideologias de nossa

sociedade, entre elas, ainda que tímida, mas a crescente conscientização ambiental. A possibilidade de incluir as preocupações ambientais, em estratégias empresariais, por meio de práticas ecologicamente adequadas, pode tornar-se decisiva para a manutenção dos negócios nas próximas décadas.

Outro ponto importante e que empresas que, reconhecidamente, trabalham com políticas de sustentabilidade e preservação do meio ambiente acabam se tornando mais procuradas pelos profissionais como um lugar para se trabalhar, melhora a visão da empresa de dentro para fora e de fora para dentro, aumenta o engajamento pois gera um orgulho de pertencer a uma empresa que respeita o meio ambiente.

O mundo corporativo tem sido movimentado por três letras: “ESG”, acrônimo inglês para Environmental, Social and Governance, traduzindo em bom português, diz-se “ASG”, em referência a Ambiental, Social e Governança. Trata-se de uma tendência que é reflexo de um movimento que tem crescido, em especial a partir dos anos 2000 pela preocupação frente aos impactos do aquecimento global e outras adversidades ligadas ao meio ambiente. Diante desta situação a sociedade tem se mostrado cada vez mais preocupada com valores sociais e de governança, impulsionados por isto as empresas vêm se mobilizando para adaptar suas práticas a fim de torná-las sustentáveis em longo prazo com o intuito de reduzir os danos ambientais.

Com todo este movimento tornou-se indispensável também as empresas garantirem um ambiente corporativo que respeite a diversidade e preze mais pela transparência e honestidade nos negócios.

Diante de um cenário uma das principais ferramentas da economia circular para construir uma marca corporativa mais forte e engajada com a promoção de ações sustentáveis é a logística reversa, pois contribui, para a redução da poluição e seus respectivos impactos na saúde humana e no meio ambiente. Ela representa um estímulo à reciclagem, redução na exploração da matéria-prima virgem e diminuição na emissão de Gases do Efeito Estufa (GEE), catalisadores do desequilíbrio climático.

Mais e o custo?

Uma das questões que sempre vem a mesa quando se fala em logística reversa, são quais os custos com a implantação da Logística reversa e como viabilizar a sua operacionalização, pois na maioria das vezes ouvimos a frase “a conta não fecha”.

Serei aqui um pouco controverso a esta visão, pois quero destacar e a Redução custos, de fato, essa parece ser uma situação contraditória, pois para implementar a logística reversa, a empresa terá que investir, porém, depois de um ciclo formado e bem estruturado, o sistema contribuirá de forma decisiva para a criação de novos produtos com menores custos para a empresa, ou seja, o investimento inicial será compensado rapidamente, e fará com que a empresa impulsione a sua produtividade sem aumentar os gastos.

Para que isso fique mais claro, por meio da logística reversa uma empresa pode consegue reduzir custos das seguintes formas – exemplos:

– Reaproveitar o seu próprio material;

– Utilizar embalagens recicláveis;

– Comprar matéria-prima reciclada, em vez de virgem (que é sempre mais cara);

– Vender os resíduos que não lhe são úteis para mercados secundários.

Com a internet e a globalização, os consumidores estão cada vez mais informados, tomando conhecimento sobre tudo o que acontece ao redor do mundo,  Assim, tudo que é repercutido nas redes sociais toma proporções inimagináveis, para o mal ou para bem e justamente por isso implantar a logística reversa melhorará a reputação da empresa, gerando maior credibilidade no mercado e facilitando a conquista, a fidelização e o engajamento de clientes.

Sobre os desafios da implantação da Logística reversa no Brasil, o primeiro ponto a se destacar é a existência da lei que obriga alguns seguimentos e  empresas a recolher os resíduos dos seus produtos, Por si só, essa já é uma grande razão para aplicar a logística reversa, visto que o descumprimento pode gerar medidas disciplinares, mas e mais que isto e necessário que haja uma visão Top Down, ou seja, que a mesma seja pauta das discussões da alta liderança, Se faz necessário uma mudança da forma atual que se vê a Logística Reversa’ nas empresas, saindo de “um diferencial competitivo intangível” para uma questão de sobrevivência, esta forma de pensar vai sem dúvida alavancar as iniciativas que devem permear toda a corporação, só ai ganhará espaço nas agendas.

Quando avaliamos os desafios de implantação de logística reversa são diversos, onde quero destacar 5 pontos que considero os principais:

Investimento sem visão do retorno

Os investimentos para a Logística Reversa soam caros e incertos e ainda não há uma percepção clara que é recompensadora ao final do processo, garantir seu início geralmente gera custos altos com ganhos a longo prazo e em alguns casos subjetivos, como por exemplo a imagem com o cliente e a sociedade, isto tem gerado um desestímulo a evolução da mesma.

Mercado paralelo

Utilização de materiais indevidamente no mercado com preços reduzidos ou a custo quase zero que deveriam ter uma logística reversa para garantir o descarte e/ou reaproveitamento adequados inviabilizam uma operação e em alguns casos observamos que os fabricantes originais não possuem interesse do reuso proporcionado pela Logística Reversa, que reduziria a sua demanda na aquisição

Transporte

Em uma economia que tem se pautado na Eficiência (fazer mais com menos) baratear o custo de transporte é primordial nas operações, em muitos casos a Logística Reversa pode aumentar custos e não agrega valor relevante, assim traz uma visão que não e viável ou mesmo relevante faze-la.

Estrutura adequada

O Conceito da Logística reversa só pode acontece se os produtos recolhidos forem efetivamente reaproveitados, portanto, torna-se necessário uma reavaliação de todo processo operacional para adequar as empresas para o reaproveitamento total, com certeza é um dos desafios.  

Falta de Conscientização

A falta de conscientização dos consumidores e um dificultador, infelizmente, uma grande parte compram produtos e não pensam em como deverão descarta-los depois de utilizar ou não sabem e nem são informados do seu descarte ou devolução de forma apropriada.

Reflexão

Gostaria de  deixar aqui 2 reflexões, a primeira e que a responsabilidade ambiental para por cada um de nós, o planeta pede socorro, esta lentamente morrendo e nós não podemos assistir a esta cena sem nada fazer, e necessário olharmos para frente, precisamos fazer algo hoje e sem dúvidas a logística pode contribuir e muito para uma reversão deste quadro e em segundo, pensando em perenidade dos negócios, vale lembrar que Logística Reversa’ será uma questão de sobrevivência e não mais somente “um diferencial competitivo ” .

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                                         LUÍS CLÁUDIO MARTÃO

 Executivo Sênior com ampla experiência nas áreas de Supply Chain, Logística, Transporte, E-commerce e Operações com carreira desenvolvida em empresas nacionais e multinacionais, do segmento de varejo de moda e supermercadista, operador logístico, transporte, e-Commerce e Educacional.

Desenvolveu projetos de Implantação de CD´s, malha de transportes, last mile, outsourcing, automação, supply chain management, milk run, Melhoria Continua, Gerenciamento de Riscos, Logística Reversa, controles de inventários entre outros.

Brasileiro, casado, formado em Administração de Empresas, pós-graduado em Logística Empresarial e de Transportes e MBA em Logística Nacional e Internacional e também Professor e Consultor.

 

 

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